FOLIA

Os atletas que carregam os bonecos gigantes de Olinda

Os responsáveis por carregar os bonecos gigantes são muito exigidos fisicamente

Leonardo Vasconcelos
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Leonardo Vasconcelos
Publicado em 07/02/2016 às 8:30
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Os responsáveis por carregar os bonecos gigantes são muito exigidos fisicamente - FOTO: JC Imagem
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Eles dão vida a quem dá vida ao Carnaval de Olinda. Porém, a vida dos chamados bonequeiros, responsáveis por carregar os gigantes (e pesados) bonecos do município, não é nada fácil. É preciso ser um verdadeiro atleta para conduzir as alegorias de 50 quilos em média durante quase 3 horas, subindo a descendo as ladeiras. Porém, não querem saber de treino e academia. O esporte deles é a folia. O troféu já levam nos ombros, para a alegria de milhares de apaixonados pelos seres mais conhecidos do carnaval pernambucano.

Cabe a Pedro Garrido, de 57 anos, carregar o mítico Homem da Meia-Noite, que este ano fez seu 84º desfile no Sábado de Zé Pereira, homenageando, entre outros, a pentatleta pernambucana Yane Marques. Há 28 anos o boneco é conduzido pelo jardineiro que faz da rotina uma preparação física. “Eu trabalho em uma casa aqui em Olinda e tenho que subir e descer muitos degraus então já encaro isso como um exercício. Além disso, antes do desfile me preocupo com alimentação. Como arroz com cane seca. Nada de feijoada, nem sarapatel (risos)”, disse.

Este ano o Homem da Meia-Noite voltou a se encontrar com a Mulher do Dia, que é carregada por Bruno Santos, 31. Ele dá vida à boneca há seis anos e igual ao seu colega de função também passa longe de uma preparação física convencional. “Não gosto de academia não, o único exercício que faço é na bicicleta que é o meu único meio de transporte. Fora isso, só bato uma pelada à noite na praia, mas não jogo muito bem não”, brincou. 

Os bonequeiros são amigos e tem muito em comum. A principal diferença é mesmo o time do coração. Pedro é tricolor doente e Bruno rubro-negro apaixonado. Mas qual seria a paixão maior: Os bonecos gigantes ou os clubes? Perguntamos então o que fariam se no horário do desfile houvesse partida. “Amo o Sport, mas em primeiro lugar a Mulher do Dia, eu escolheria desfilar com ela”, garantiu Bruno. “Eu não poderia deixar o pessoal na rua esperando o Homem da Meia-Noite, então eu carregaria o boneco e depois procuraria saber o placar do jogo do Santinha”, decretou Pedro.

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