O 'Pistoleiro' voltou. Após cumprir suspensão pela famosa mordida na Copa do Mundo-2014, Luis Suárez vestirá novamente a camisa do Uruguai num duelo de grande rivalidade contra o Brasil de seu amigo Neymar, pelas eliminatórias para o Mundial-2018.
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Lá se vão 638 dias desde que Suárez foi suspenso por nove jogos por morder Giorgio Chiellini no Uruguai-Itália da Copa do Mundo do Brasil, impedindo que o atacante vestisse a camisa 'celeste' por um bom tempo.
Em coletiva de imprensa, Suárez garantiu que está "mais calmo" desde o famoso gesto que eclipsou a classificação de seu país às oitavas de final do Mundial, nas quais foi derrotado pela Colômbia (2-0).
"Trabalhei muito nas últimas semanas para controlar minha ansiedade, meus nervos, nos momentos de euforia. A única coisa que me tranquiliza é voltar a jogar por meu país e de receber o apoio dos torcedores", afirmou Suárez.
Apesar de saber que todas os olhos estarão vigiando cada gesto seu em Recife, onde será disputada a partida contra o Brasil, Suárez garantiu que sua maneira de jogar não mudará.
"Ninguém conseguirá mudar isso, sempre vou ter a mesma atitude, vou correr muito, pressionar a defesa e disputar cada bola. Isso só acontecerá de maneira um pouco mais moderada, como já faço no Barcelona".
- Duelo com o amigo Neymar -
Em Barcelona, Suárez, autor de 46 gols em 47 jogos nesta temporada, construiu grande prestígio ao lado dos companheiros e amigos Lionel Messi e Neymar, capitão da seleção brasileira e seu adversário nesta sexta-feira.
"Qeum ganhar poderá aproveitar e quem perder receberá o apoio do outro, porque somos todos companheiros no fim das contas. Cada um fará o melhor por sua seleção e dará o máximo por seu país", afirmou Suárez, que revelou ter apostado um hambúrguer com o amigo Neymar.
"O hambúrguer com certeza terá que ser pago", brincou.
É este Suárez goleador e sereno que o técnico do Uruguai, Oscar Tabárez, quer ver brilhar na 'Celeste' ao lado de Edinson Cavani. Tabárez sabe também que precisará da valiosa contribuição de seu grande astro se quiser derrotar o Brasil, 3ª colocado com 7 pontos nas eliminatórias, dois a menos que os uruguaios.
Os críticos apontam como um dos motivos para o declínio recente da seleção brasileira, que culminou no famoso '7 a 1' contra a Alemanha, a falta de qualidade na última geração de jogadores do país.
Dunga, porém, terá à disposição opções em grande fase na Europa, como os titulares Neymar, que não precisa de apresentações, Douglas Costa, peça importante do Bayern de Munique, e Willian, melhor jogador do Chelsea na temporada, além de jogadores consagrados como os zagueiros Miranda e David Luiz.
O argumento perde ainda mais força quando se vê o banco da seleção: o técnico do Brasil poderá colocar em campo sensações da temporada europeia como o meia-atacante Philipp Coutinho, tido como um dos melhores jogadores da Premier League, e o centro-avante Jonas, que lidera a disputa pela Bota de Ouro do velho continente, à frente de Cristiano Ronaldo e Higuaín.
Com peças de qualidade, resta saber se Dunga conseguirá montar uma equipe capaz de se classificar à Copa do Mundo da Rússia -uma obrigação-, mas também vencer o próximo Mundial e recolocar a seleção no auge do futebol internacional. Peças para acabar com a tão falada 'Neymardependência', ele tem.
A partida está marcada para começar às 21h45, horário de Brasília, na Arena Pernambuco, de Recife. O argentino Néstor Pitanga será o árbitro e contará com a ajuda dos assistentes compatriotas Ezequiel Brailovsky e Fernando Rapallini.
- Prováveis escalações:
Brasil: Alisson - Daniel Alves, Miranda, David Luiz, Filipe Luís - Luiz Gustavo, Fernandinho, Renato Augusto - Willian, Douglas Costa e Neymar. T: Dunga.
Uruguai: Fernando Muslera - Sebastián Coates, Mauricio Victorino, Alvaro Pereira Jorge Fucile - Egidio Arévalo Ríos, Alvaro González (ou Matías Vecino), Carlos Sánchez, Diego Laxalt (ou Cristian Rodríguez) - Luis Suárez e Edinson Cavani. T: Oscar Tabárez