A Procuradoria da Espanha pede que Neymar seja processado, ao lado de seu pai, por corrupção entre particulares por conta de supostos crimes que teria cometido com relação ao fundo brasileiro DIS, que administrava seus direitos. Se condenado, o jogador poderia pegar de seis meses a dois anos de prisão.
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O procurador José Perals solicitou que o juiz José de la Mata julgue o caso sob investigação e que indicie o jogador. A DIS mantinha 40% dos direitos econômicos de Neymar e o acusa de não ter pago o que deveria ao fundo ao ser vendido para o Barcelona. De la Mata já ouviu Neymar, seu pai e sua mãe, além dos executivos do clube, como Josep Maria Bartomeu e seu ex-presidente Sandro Rosell.
A DIS insiste que deveria ter recebido 40% do contrato do Barcelona. E acusa os envolvidos no contrato de ter transferido apenas esse percentual dos 17,1 milhões de euros que oficialmente faziam parte do acordo. Dois anos depois da assinatura, foi revelado que o contrato real chegava a 83,3 milhões de euros e que o montante para o fundo deveria chegar a 25 milhões de euros.
Além disso, para os procuradores espanhóis, a indenização ao fundo DIS deveria ser de pelo menos 3,2 milhões de euros.
O procurador ainda pede o julgamento da mãe de Neymar, de Sandro Rosell, Odílio Rodrigues, ex-presidente do Santos, do próprio clube brasileiro e até das empresas do pai de Neymar. Eles seriam julgados por "crime de fraude" e obtenção de fundos de forma inapropriada.
PRISÃO - Tanto Neymar como seu pai poderiam ser julgados com bases nos artigos 286 e 288 do código penal espanhol. As leis estabelecem que, se condenados por corrupção privada, ambos poderiam cumprir uma pena de prisão de seis meses a dois anos.
Ao justificar sua posição, o procurador pediu o indiciamento por conta do fato de Neymar, em 2011, ter assinado com o Barcelona "alterando desta maneira o livre mercado de contratações de jogadores e prejudicando também o fundo DIS que se viu privado da possibilidade de que o jogador entrasse no mercado conforme as regras da livre concorrência e que pudesse obter a maior quantidade econômica com a transferência".
No argumento contra o Barcelona, o Ministério Público acusa o clube de ter "simulado" contratos para pagar menos para o DIS. Um desses contratos fraudulentos também foi assinado pelo próprio Neymar, o que implica diretamente o jogador.
Para provar seu argumento, o procurador usa uma carta enviada ao fundo no dia 11 de dezembro de 2012 pelo Barcelona. Nela, o clube garante que "não estava em negociações e nem assinado nenhum contrato ou pré-acordo com o Santos FC para a transferência do citado jogador". Naquele momento, porém, o Barcelona já havia antecipado 10 milhões de euros para "reservar" o brasileiro para a equipe.