A decisão da Grã-Bretanha de deixar a União Europeia (UE), definida oficialmente nesta sexta-feira (24) e que ficou conhecida como "Brexit", não irá abalar o prestígio do Campeonato Inglês, ressaltou a Premier League, organizadora do torneio doméstico mais badalado da atualidade no cenário do futebol mundial.
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A saída da Grã-Bretanha da UE não tem implicações imediatas para jogadores que hoje atuam na competição, mas a longo prazo poderá dificultar a contratação de novos atletas por parte dos clubes ingleses. Entretanto, um porta-voz da Premier League enfatizou que ainda é muito cedo para fazer previsões sobre os efeitos que o Brexit terá para o torneio.
"O Campeonato Inglês é uma competição esportiva de enorme sucesso, que tem força doméstica e um apelo global", afirmou o porta-voz, para depois destacar que "isso continuará assim, independentemente do resultado do referendo", definido na madrugada desta sexta-feira, determinando a saída do Reino Unido da União Europeia.
A organização do Campeonato Inglês, entretanto, admite que terá de "continuar trabalhando com o governo" para manter o sucesso da competição, que conta com jogadores dos mais variados lugares do mundo e muitas vezes vê times entrarem em campo com um número muito pequeno de atletas ingleses.
A saída do Reino Unido da União Europeia deve complicar um pouco mais a chegada de jogadores aos clubes ingleses, pois as restrições para obtenção de visto de trabalho e outras exigências deverão se tornar ainda mais severas do que já são. Entre as já praticadas atualmente está a de que atletas que são de fora da UE precisarem ter atuado em pelo menos 30% dos jogos de seu time anterior no período de dois anos que antecede a sua contratação por um clube inglês.
REPERCUSSÃO NEGATIVA - Um dos maiores atacantes da história da seleção inglesa, Gary Lineker, hoje apresentador de um programa de TV da rede britânica BBC, lamentou nesta sexta a decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia.
"Me sinto envergonhado de minha geração. Temos decepcionado a nossos filhos e aos filhos dos seus filhos", escreveu o ex-jogador em sua conta no Twitter, que tem cerca de cinco milhões de seguidores.
Phil Neville, outro famoso ex-jogador inglês e que até a temporada passada fazia parte da comissão técnica do Valencia, também usou as redes sociais para lamentar a decisão da Grã-Bretanha. "Precisamos de outra votação. Não conheço ninguém que tenha votado para sair (da União Europeia)", escreveu.
O goleiro Petr Cech, do Arsenal e da seleção checa, foi além ao comentar o resultado do referendo. "Parece que a maior decisão da história desse país foi baseada em uma campanha falsa e mentiras", reclamou o jogador, que há 12 anos vive em Londres.
A apuração dos votos do plebiscito no Reino Unido revelou vantagem do Brexit de 1,269 milhão de votos. De acordo com dados finais da Comissão Eleitoral, a campanha pela saída do grupo europeu venceu com 17,410 milhões de votos, ou 51,9% do eleitorado. Já o grupo que defendia a permanência do país na União Europeia teve 16,141 milhões de votos, ou apoio de 48,1% do eleitorado.