O sucesso da Islândia na Eurocopa-2016 "era previsível", afirmou nesta terça-feira o secretário-geral interino da Uefa, Theodore Theodoridis, enfatizando a organização de nova infraestrutura do futebol e os resultados pré-Euro do pequeno país do norte da Europa.
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"Claro que sim, não era possível saber que derrotariam a Inglaterra, mas era previsível que seriam competitivos", declarou Theodoridis à imprensa, incluindo a AFP.
A Federação Islandesa "conseguiu montar uma infraestrutura adequada" para o desenvolvimento do futebol, continuou.
A Islândia, estreante em um grande torneio internacional, eliminou na segunda-feira a Inglaterra (2-1) nas oitavas de final da Eurocopa. Antes, terminou em segundo lugar do Grupo F, à frente de Portugal de Cristiano Ronaldo, terceiro da chave e com o qual havia empatado em 1 a 1 na estreia.
"Eles têm um sistema simples, mas que é muito difícil de derrotar", analisou Theodoridis, alertando a França, anfitriã do torneio e próxima adversária dos islandeses, nas quartas de final neste domingo, no Stade de France.
Theodoridis lembrou que a Islândia não se classificou graças ao aumento de vagas na Eurocopa, que passou pela primeira vez a ser disputada com 24 equipes, quando antigamente era realizada com 16 seleções.
"A Turquia, por exemplo, se beneficiou deste formato de 24 equipes" porque terminou na terceira colocação de seu grupo nas eliminatórias, "mas a Islândia teria se classificado de qualquer jeito", após terminar na vice-liderança deste mesmo Grupo A.
Em relação ao formato com 24 equipes, Theodoridis afirmou que o novo sistema "tem aspectos positivos e aspectos negativos que precisam ser estudados".
Na opinião do dirigente, uma Eurocopa com 24 seleções "aumenta a competitividade do torneio e permite desenvolver o futebol em mais países, aumentando também o número de pessoas felizes".
- Caso Platini -
No encontro com jornalistas, Theodoridis foi perguntado sobre a eventual presença de Michel Platini, ex-presidente suspenso da Uefa, nas últimas rodadas da Eurocopa, e não descartou tal possibilidade.
Theodoridis explicou que Platini, suspenso por quatro anos de toda atividade relacionada ao futebol pela Fifa, e sua esposa receberam convites "a título pessoal" para a competição, mas que o ex-capitão da seleção francesa optou por não comparecer até o momento.
Antes da Euro, os advogados de Platini afirmaram à AFP que o ex-jogador e maior artilheiro da Euro "não iria" ao torneio.
Theodoridis também falou sobre a Euro-2024, afirmando que a Alemanha, que já mostrou interesse em sediar o evento, seria "uma candidata forte", mas que outros países poderiam lutar por esse direito.
O que o dirigente grego descartou com veemência foi se candidatar à presidência da Uefa como sucessor de Platini.
"Eu não quero ser candidato, acredito que sou mais útil neste cargo (secretário-geral) ou em qualquer outro cargo administrativo", explicou.
Os dois candidatos declarados são Aleksander Ceferin, presidente da Federação Eslovena de Futebol (NZS), de 48 anos, e o holandês Michael van Praag, vice-presidente do Comitê Executivo da Uefa, 68 anos.
A Uefa se reunirá em 14 de setembro em Atenas para eleger o sucessor de Michel Platini.