Tragédia

Rebelde e genial, Mário Sérgio está entre as vítimas da tragédia da Chapecoense

Citado no livro ''Os 100 melhores jogadores brasileiros de todos os tempos", Mário Sérgio trabalhava como comentarista na FOX Sports

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Publicado em 29/11/2016 às 11:26
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Citado no livro ''Os 100 melhores jogadores brasileiros de todos os tempos", Mário Sérgio trabalhava como comentarista na FOX Sports - FOTO: Foto: Divulgação
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O ex-jogador, ex-técnico e comentarista Mário Sérgio Pontes de Paiva, que trabalhava no canal Fox Sports, está entre as vítimas da queda do avião que levava a equipe da Chapecoense além de jornalistas e dirigentes para a cidade de Medellín para a final da Copa Sul-Americana. A informação foi confirmada pela própria emissora.

 

Antes de se tornar comentarista de tevê, carreira que iniciou em 2012, Mario Sérgio foi um dos atletas mais talentosos de sua geração, reconhecido pela habilidade e criatividade. É citado no livro "Os 100 melhores jogadores brasileiros de todos os tempos", dos jornalistas Paulo Vinicius Coelho e André Kfouri.

Elogios e críticas marcaram carreira de Mário Sérgio 

Cabeludo e com ar rebelde, Mário atuava com as meias arriadas. Sempre vestindo a camisa 11, ele desempenhava a função de falso ponteiro-esquerdo, meia e até armador. Ao longo de dezoito anos como jogador, Mário Sérgio colheu elogios na mesma proporção que recebeu críticas. 

É considerado um dos melhores jogadores da história do Vitória, onde iniciou sua carreira na década de 1970. Começou a jogar pelo clube em 1971, mas o destaque veio no ano seguinte com a conquista do Campeonato Baiano. Foi contratado pelo Fluminense em 1975 para fazer parte da primeira versão da "Máquina Tricolor", com Rivelino, Paulo César, Gil, Manfrini e Edinho. 

Mesmo com o título carioca de 1975, um desentendimento entre o presidente do Fluminense, Francisco Horta, e o jogador, acabou com sua passagem pelas Laranjeiras. No Internacional, Mário fez parte do time que conquistou o Brasileirão de 1979 de forma invicta. 

Sua passagem pelo futebol paulista foi marcante, dentro e fora de campo. No São Paulo, clube pelo qual atuou em 1979, tornou-se conhecido por uma de suas jogadas características. Costumava dar um passe em que olhava para um lado e tocava para o outro confundindo a marcação adversária. Por isso, foi chamado de "Vesgo". Ganhou o apelido de 'rei do gatilho' após disparar tiros para o alto para assustar torcedores do São José, no Vale do Paraíba, que se manifestavam na saída da delegação são-paulina do Estádio Martins Pereira. 

Na partida de volta, o placar do Morumbi anunciava "Mário Sérgio, o Rei do Gatilho". Mais tarde, Mário afirmou que as balas eram de festim e que se arrependia do fato. Mesmo com boas atuações, Mário não se adaptava ao esquema tático do técnico Cilinho e era acusado de problemas disciplinares. Foi no Vitória, da Bahia, que Mário se destacou através de dribles, ginga e lançamentos. Ele antevia a jogada. Olhava de um lado e lançava para o outro, por isso o apelido de Vesgo.

Ainda em 1983, foi contratado pelo Grêmio, a pedido do técnico Valdir Espinosa, apenas para a disputa do Mundial Interclubes. Entre os clubes que passou, Mário colecionou a fama de indisciplinado, o que fatalmente o afastava da seleção brasileira, apesar do enorme talento. Apesar de ter feito parte de toda a preparação da equipe para a disputa da Copa de 1982, ele foi cortado na última convocação, substituído por Eder, do Atlético-MG.

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