Para ver o Sport livre do rebaixamento no Campeonato Brasileiro da Série A, a torcida rubro-negra precisará dividir as atenções entre o duelo do Leão na Ilha do Retiro contra o Santos e jogos dos demais adversários. Um deles é o Vasco, que vai enfrentar o Ceará no Castelão no mesmo horário, às 16h (do Recife). Os leoninos precisam de uma forcinha do técnico Lisca - um triunfo dos cearenses, que já estão garantidos na elite em 2019, permite que o Sport possa ultrapassar os cruzmaltinos na classificação. Óbvio, se o Leão passar pelo Peixe na Ilha do Retiro. Os dois ficariam com 42 pontos, com o Sport tendo 11 vitórias, uma a mais do que os vascaínos.
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Lisca e Sport já têm história no futebol. A relação começou em 2014, quando o treinador subiu no alambrado da Ilha para festejar vitória histórica com a torcida do Náutico. Hoje, Lisca pode ajudar a proporcionar alegria aos rubro-negros. Em entrevista ao JC, o técnico do Ceará afirmou que também torcerá pelo Sport na última rodada, ainda que esteja concentrado em conquistar uma vaga na Copa Sul-Americana.
“O Sport é um clube que, te confesso, sempre tive uma admiração muito forte por tudo o que representa no Nordeste. Hoje atravessa um momento difícil, em um ano político também, que está bem movimentado e muito agitado. Tenho acompanhado de perto. Estive na Ilha recentemente e estava lotada. É um gigante do Nordeste e do futebol brasileiro”, apontou Lisca.
O treinador também chama a atenção para a relação com a torcida rubro-negra, que mesmo com todo o histórico de rivalidade, também desperta episódios amistosos, como na partida pela 32ª rodada da Série A, onde Lisca foi cumprimentado por torcedores rubro-negros enquanto caminhava em frente às sociais da Ilha.
“O futebol dá muitas voltas. Há uma admiração mútua. O torcedor do Sport mexe comigo, mas se você vai a um estádio adversário e a torcida pega no teu pé é uma demonstração de carinho e respeito também”, ressaltou o treinador, que ganhou uma camisa do Sport das mãos do técnico Milton Mendes. “Arrepia até o adversário pela força do grito de guerra do clube. É um time de torcida grande e apaixonada.”
O estilo de Lisca ao comemorar com entusiasmo junto às torcidas nas arquibancadas gera uma identificação automática e duradoura com os clubes que passam pelo seu comando. É assim no Ceará, onde o ‘Doido’ se consolidou como sobrenome para o ídolo, que ganhou música própria e até estampa tatuagens após salvar o clube de dois rebaixamentos (à Série C, em 2015 e à Série B neste ano).
E também é assim no Juventude, Internacional, Guarani e, sobretudo, no Náutico, de onde Lisca carrega boas lembranças pelas duas passagens que teve à frente do time alvirrubro. No entanto, apesar de ressaltar a relação de carinho mútuo com o Timbu, Lisca deixa as portas abertas para a hipotética possibilidade de treinar o rival Sport no futuro. Só não para o Fortaleza.
“Treinaria Sport e Grêmio. Fortaleza, não. Por toda a identificação com a torcida do Ceará e pelo clube. Não por desrespeito. Pelo contrário. Este ano o Fortaleza deu uma demonstração de grandeza enorme. Trouxe um treinador (Rogério Ceni) que mudou um pouco o patamar do clube e a festa do centenário foi fantástica. Tenho uma relação muito boa com Ceará e Fortaleza fora de campo também, mas não treinaria”.
RENOVAÇÃO
Entretanto, deixar o Ceará neste momento está praticamente fora de cogitação. Até porque Lisca é o principal pivô da épica recuperação do clube na Série A de 2018. O time estava na lanterna quando ele assumiu. “A gente teve uma primeira conversa e ficamos de bater o martelo na segunda-feira, com tudo acertado. Mas está encaminhado”, destacou Lisca.