Crime

Uefa vai abrir ação disciplinar por racismo contra Montenegro

Medida é resposta ao preconceito de torcedores montenegrinos contra jogadores da Inglaterra

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Publicado em 26/03/2019 às 16:20
AFP
Medida é resposta ao preconceito de torcedores montenegrinos contra jogadores da Inglaterra - FOTO: AFP
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A Uefa vai abrir uma ação disciplinar contra Montenegro para investigar acusação de abuso racial de torcedores do país contra jogadores da Inglaterra. O anunciou da medida foi feito nesta terça-feira (26) e diz respeito ao episódio sofrido por Callum Hudson-Odoi e Danny Rose na partida disputada em Podgorica, pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2020, na última segunda-feira (25).

Os jogadores deixaram o gramado contando que, durante o jogo vencido pela Inglaterra, por 5x1, ouviram cânticos das arquibancadas imitando macacos. 

Ao confirmar a abertura do processo disciplinar, a Uefa explicou que o caso será avaliado em 16 de maio. A entidade apontou que os montenegrinos também foram acusados de tumultos na torcida, uso de fogos de artifício, arremesso de objetos no campo e bloqueio de escadas no estádio.

"Tivemos um observador presente que obteve evidências de abuso racial", disse a Fare em um comunicado divulgado nesta terça-feira. "Nossa equipe de monitoramento tem compilado evidências e vamos apresentá-las à Uefa. Nós elogiamos a reação dos jogadores ingleses envolvidos. Nenhum ser humano deveria ter de enfrentar abuso e difamação por sua raça ou identidade, algo que muitos montenegrinos vão entender a partir da sangrenta história recente de divisão dos Bálcãs", acrescentou.

RESPOSTA

Ao marcar o quinto gol da Inglaterra, Raheem Sterling segurou suas orelhas na celebração, com torcedores montenegrinos o ofendendo na sequência e arremessando um objeto - supostamente um isqueiro - no campo, que foi apanhado por Hudson-Odoi. O técnico do Montenegro, Ljubisa Tumbakovic, disse que não percebeu manifestações racistas, mas Hudson-Odoi, em uma entrevista pós-jogo, imitou os cânticos de macaco que ele e Rose ouviram.

"O desafio de combater o racismo e outras formas de discriminação no futebol europeu continua a ser uma questão constante. A mudança da sociedade e a educação que são a solução final são lentas. Mesmo nos países da Europa Ocidental, onde tem havido investimento e foco nessas questões, a discriminação continua a ser uma mancha no futebol", acrescentou a Fare.

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