Nesta sexta (14), no segundo dia da série "Paixão Centenária", sobre os 100 anos do Central, você vai conhecer a ligação de alguns integrantes do Escrete de Ouro, da Rádio Jornal, com o clube alvinegro de Caruaru.
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LEMBRANÇAS
"Eu nasci em Caruaru e eu me lembro com 14 anos indo aos treinos, queria ver os jogos. Muitas vezes não tinha dinheiro e esperava a abertura dos portões faltando vinte minutos para o término da partida para entrar e ver o final. A gente ia para os treinos quando saia do colégio ou tinha aula vaga. Eu me lembro dessa época da minha infância de ver o clube com times competitivos, revelando grandes jogadores. Teve o meia Vadinho que acabou indo pro Santos e São Paulo e voltou para o Náutico, um meia de muita qualidade e chute muito forte. Enfim, o Central sempre estava revelando bons jogadores. Eu lembro de ter narrado diversos jogos e o time sempre jogou de igual para igual com os times da capital, de peito aberto e indo pra cima. São cem anos de vida, um clube que sempre sobrou no interior. Ele chega no seu centenário com um belo patrimônio, com o seu estádio, e tem o povo que cerca a agremiação. Ele tem uma bela torcida. Mas eu acho que o time precisa ainda mais do povo de Caruaru. Um clube centenário que representa não só a cidade como também o Agreste e o interior do Estado como um todo. Acho que o torcedor precisa se associar. Isto é fundamental, participar mensalmente e fazer com que o clube tenha uma receita além das bilheterias dos jogos. Esse é o apelo que eu faço”, Roberto Queiroz (narrador)
"Em 1994, fui convocado para fazer parte da equipe da Rádio Jornal de Caruaru. E fui já sabendo da grandeza do Central. Coincidiu que em 1995, no segundo semestre, ele estava na Série B do Brasileiro e fez uma campanha memorável, ficando a um passo de subir para a Série A. Eu lembro de ter narrado jogos da reta final contra Atlético-PR, Coritiba e Mogi Mirim. E aquilo mexeu com a cidade, com a torcida que sempre foi grande. O antigo estádio Pedro Vítor, hoje Lacerdão, ficava lotado. Infelizmente o clube teve algumas gestões ruins que acabaram minando a sua força e aí, claro, a torcida acaba perdendo também um pouco do seu ímpeto. Mas ele continua lá na cidade, vivo, e quando tem grandes jogos ele aparece. Recentemente ele pegou o Ceará na Copa do Brasil, colocou um grande público e jogou bem, diga-se de passagem. O Central tem uma boa estrutura, um estádio grande, e ele vai voltar a ser grande quando as gestões ajudarem. Eu vivi lá durante cinco anos e vi de perto a paixão do torcedor. Ele se identifica muito com o clube e ele com a cidade. Não existe outro time com esse nome. Quando se fala em Central é Central de Caruaru”, Maciel Júnior (comentarista)
"Bom, desde que eu comecei no rádio, eu sempre tinha aquela imagem de que o Central era o clube do interior, o grande representante da região. Ele completa 100 anos sendo a referência interiorana do futebol em Pernambuco. Eu cheguei a narrar momentos tristes e alegres do Central. Por exemplo eu narrei jogos dele na segunda divisão do Estadual, foi quase o fundo do poço para a Patativa do Agreste. Por outro lado eu lembro que quando eu sai de Garanhuns em 1995 e comecei a fazer as minhas primeiras transmissões na Rádio Jornal de Caruaru, eu narrei jogos da Série B do Brasileiro. Recordo que fiquei até emocionado em ver um jogo no interior com tantos torcedores apaixonados comparecendo em peso, com a camisa alvinegra e incentivando o time. Um espetáculo muito bonito! Eu acho que hoje o Central precisa ser abraçado pelo torcedor de Caruaru e de toda a região. O Central é um clube muito simpático na minha opinião, eu tenho um carinho e um respeito muito grande por ele, faz parte da minha história. Central é Caruaru e Caruaru é Central. As histórias deles se misturam. Quando se fala de um se lembra do outro. Então parabéns Central pelos 100 anos, ninguém completa um século por nada. É um clube histórico, centenário e que merece todo o carinho dos pernambucanos”, Aroldo Costa (narrador)