Em um confronto carregado de história que vai além esporte, remetendo a uma rivalidade iniciada no século XIX, as seleções do Chile e Peru se enfrentam hoje, às 21h30, na Arena do Grêmio, para definir o segundo finalista da Copa América, ainda que com os papeis de favorito e franco atirador bem definidos.
Os países se enfrentaram na Guerra do Pacífico entre 1879 e 1883, com o Chile derrotando a aliança do Peru com a Bolívia, conquistando territórios dos dois países. E, embora hoje as nações possuam uma relação pacífica, a expectativa é para um clima tenso na Arena do Grêmio.
“Este clássico não é só futebol, porque com os chilenos há muitas rivalidades. É um clássico especial e sabemos o que isso significa para nós e para eles. Portanto, vamos tentar fazer o melhor e torná-lo uma festa. Ao fim, isso é apenas futebol e tentemos não misturar outras coisas”, disse o lateral-esquerdo peruano Trauco.
Há razões esportivas para que exista tensão em Porto Alegre. Em outubro de 2015, após derrotar a seleção peruana em Lima pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, a equipe do Chile, que teve seu hino vaiado, deixou uma mensagem no vestiário do Estádio Nacional: “Respeito. Por aqui passou o campeão da América”.
Também pela última edição das Eliminatórias, na rodada final, em outubro de 2017, Peru e Colômbia empataram por 1x1, em resultado que favoreceu ambas, com a classificação à repescagem e para a Copa, respectivamente, enquanto o Chile, derrotado pelo Brasil por 3x0, ficou fora do torneio na Rússia.
“O que aconteceu entre o Peru e a Colômbia são coisas do futebol. Nós não temos raiva deles. Esta partida é diferente, é para ir à final”, disse o meia chileno Arturo Vidal.
FORÇA MÁXIMA
As seleções contarão com força máxima no duelo desta quarta, mas o favoritismo é do Chile, atual bicampeão da Copa América. Nas quartas de final, a equipe chilena eliminou a badalada Colômbia nos pênaltis.
O Peru também deixou outro candidato ao título na fase anterior e nos pênaltis, o Uruguai, mas a derrota para o Brasil por 5x0 no terceiro compromisso em sua chave deixou uma má impressão sobre a equipe dirigida por Ricardo Gareca.