O técnico Tite pode ganhar neste domingo um fôlego maior para a sequência no cargo de comandante da seleção brasileira. Entre cobranças por resultados, saídas de membros de sua comissão, e até especulações sobre o próprio treinador entregar o cargo, o possível nono título da Copa América pode trazer de volta conforto e solidez ao trabalho.
Mas enquanto a taça não é erguida, a turbulência segue acompanhando Tite. Durante a entrevista coletiva concedida às vésperas da partida, foram três perguntas a respeito de sua longevidade no cargo. “2022 é o contrato, após a Copa do Mundo. É o contrato que Tite manteve com a CBF”, enfatizou.
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Caso conquiste a Copa América no Brasil, Tite pode amenizar os efeitos da eliminação na última Copa do Mundo e, de quebra, alentar a torcida a partir de uma desejada conquista em território nacional - ainda que tardia em cinco anos.
Vivemos em um país muito apaixonado. (Torcedor) vai de um nível a outro, de um extremo a outro muito rápido. Mas o nosso trabalho não pode ser assim. 7 a 1, 2 a 0, Maracanazo, campeão em 2002 da Alemanha, perder para a Bélgica, é toda a história. Podemos escolher qual a parte da história que a gente quer contar", apontou o treinador.
O ADVERSÁRIO
Mas para vencer a Copa América, é necessário superar o Peru na final de hoje, no Maracanã. Bem verdade que o Brasil já goleou o mesmo adversário pela fase de grupos por 5x0, porém o treinador acredita que o roteiro do jogo não se repetirá.
"No primeiro momento, quando enfrentamos o Peru, o placar foi excessivamente elástico. Não traduzia o que foi. Peru vinha bem, sentia aquele jogo e retomou. As duas equipes chegam fortalecidas. É quem merecer mais. Está no aspecto técnico, tático, físico e emocional", projeta Tite, antes de pregar atenção ao atacante Paolo Guerrero, principal arma peruana e seu ex-comandado no Corinthians.
"Tivemos prazer de trabalhar com ele. Tem característica bem definida. Tem marcação zonal para ele e nos outros atletas. Peru mudou um pouco sua equipe, jogadores estão estudados. A gente trabalha dessa maneira. Cai na zona, é marcado.”
PÊNALTIS E PRORROGAÇÃO?
Tendo em vista a dificuldade que espera, Tite não descarta a possibilidade de decidir o título da Copa América além do tempo regulamentar de jogo. "Temos que nos preparar para todas as circunstâncias que o jogo pode se apresentar, inclusive sair atrás (do placar). Tem 95, 97 minutos, e neles se decidir a partida. Ou é 120 minutos, pênaltis... tem que estar preparados. Não adianta ficar se escondendo de uma coisa que é real. Jogar bem é essência. Pode sair na frente? Pode, mas tem que continuar jogando. Tem que continuar produzindo dentro de uma ideia de futebol, estar perto da excelência", afirma o treinador.