Uma novela que se aproxima do final. O astro brasileiro Neymar não foi relacionado neste sábado (10) para a estreia na Ligue 1 do Paris Saint-Germain, que tem mantido conversas "mais avançadas" sobre sua saída, nas palavras do diretor esportivo do PSG Leonardo Nascimento de Araujo.
Fica a dúvida se o atacante de 27 anos vestiu a camisa azul e vermelha pela última vez no último dia 11 de maio em Angers. Lesionado para as partidas amistosas e ausente da decisão do Troféu dos Campeões por cumprir uma suspensão, o craque vai ficar fora desta vez da partida que marca a volta ao Parque dos Príncipes no domingo contra o Nîmes.
Leonardo, encarregado do caso, justificou essa decisão, que já era esperada, como uma medida para proteger o grupo às vésperas do campeonato que já começou.
"Vamos administrar esses momentos. É importante definir um futuro para todos. Queremos começar bem a temporada e estar concentrados na partida. O resto são conversas", disse o dirigente brasileiro.
Mais tarde, na coletiva de imprensa, o técnico Thomas Tuchel assegurou que o estado físico do astro não permite que ele volte aos campos.
"Ele está em uma fase de treinamento individual, 'in and out' com a equipe. Neymar volta depois de uma lesão (no tornozelo). Não fez uma semana completa com a equipe, e por isso não está em condições de jogar conosco. É a única coisa sobre a qual converso com ele", declarou o técnico alemão, que não respondeu as perguntas sobre o futuro de Neymar.
Mas a situação agora está mais clara: o PSG admitiu o desejo do atacante de sair do clube. Esta é a parte mais delicada para os parisienses, a de encontrar um destino para o jogador, um clube que seja capaz de contratar o jogador mais caro do planeta, comprado por 222 milhões de euros em 2017.
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Barça contra Real Madrid
Apesar das conversas "mais avançadas", Leonardo não mencionou nenhum interlocutor. "Mas o PSG ainda não está preparado para aceitar", acrescentou o ex-jogador tetracampeão do mundo em 1994, que tem fama de duro nos negócios.
O Barcelona, clube no qual Neymar conquistou a Liga dos Campeões em 2015, seria o destino ideal para um jogador que jogou ao lado de Lionel Messi, mas a imprensa falava na sexta-feira de um interesse do Real Madrid, pronto para competir com seu grande rival catalão.
A novela ameaça se estender até o próximo dia 2 de setembro, data do encerramento do 'mercato', após várias semanas repletas de rumores sobre a situação do craque.
Depois de voltar uma semana tarde aos treinos em julho, parecia que as relações entre Neymar e o clube haviam ficado menos tensas durante a turnê promocional na China, onde o camisa 10 retomou os treinos coletivos, se mostrando contente diante da imprensa.
Seu companheiro Kylian Mbappé também manifestou o desejo de que seu talentoso companheiro ficasse pelo menos mais um ano no clube.
Mas a calmaria durou pouco. Assim como seu amigo Dani Alves, que deixou Paris neste verão para jogar no São Paulo, e o goleiro Kevin Trapp, próximo aos brasileiros e que assinou com o Eintracht Frankfurt, Neymar não deixa dúvidas sobre seu futuro, que não parece passar por Paris.
No domingo ele não verá a torcida parisiense, que não digeriu bem as declarações feitas em julho, sobre a histórica virada do Barcelona sobre o PSG na 'Champions' de 2017, "uma das melhores recordações", segundo ele. Mas os torcedores poderão ao menos aplaudir Kylian Mbappé e o uruguaio Edinson Cavani, que deverão carregar nas costas o ambicioso projeto do PSG.