ATITUDE POSITIVA

Em torneio sub-13, pais se comovem com atitude de treinador que exigiu Fair Play de seus alunos

O professor Gileno Siqueira mandou os seus alunos do Marista São Luís abrirem para o Colégio Equipe empatar o jogo, após marcarem um gol irregular

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Filipe Farias
Filipe Farias
FILIPE FARIAS
Publicado em 05/12/2019 às 9:06
Foto: Léo Mota/ JC Imagem
O professor Gileno Siqueira mandou os seus alunos do Marista São Luís abrirem para o Colégio Equipe empatar o jogo, após marcarem um gol irregular - FOTO: Foto: Léo Mota/ JC Imagem
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O gesto nobre do professor Gileno Siqueira, na última terça-feira, ao pedir que os seus atletas do sub-13 do Colégio Marista São Luís abrisse para que o Colégio Equipe empatasse o jogo, já que segundos antes o seu time tinha feito um gol irregular, comoveu os pais das duas escolas. Que elogiaram a atitude do educador.

“Poucas vezes vi isso no esporte. Foi tocante o que aconteceu. É um tipo de valor que não tem sido muito ressaltado atualmente na sociedade de maneira geral. E o que o professor deles fez com os garotos foi uma lição para o resto da vida. Não só na atividade esportiva, mas para a vida em sociedade. Ensinamos as nossas crianças não com palavras bonitas, mas com exemplo. E esse exemplo vai ser lembrado por muito tempo”, falou o médico Alfredo Leite, pai de Heitor Leite, aluno do Colégio Equipe, e que escreveu um texto elogiando a postura do treinador adversário e que viralizou nas redes sociais.

A atitude de Gileno Siqueira, que prega o jogo limpo para os seus alunos, só pôde ser tomada graças à postura honesta do pequeno Gabriel Araújo, que admitiu para o treinador que a bola tinha entrado pelo lado de fora - por um buraco na rede lateral. “A rede estava furada e parecia que tinha entrado por dentro. Não entendi na hora o porquê o árbitro apontou para o centro. Falei para ele na hora que não tinha sido gol, mas ele não me escutou. O professor Gileno me chamou e avisei que tinha sido por fora. E ele nos disse para abrir e deixar a bola do adversário entrar e ser um jogo justo”, contou o garoto de 13 anos, para felicidade do seu pai. “Fiquei orgulhoso da atitude dele. Mas, pra mim, o Fair Play deveria ser normal, ainda mais num ambiente de colégio. Isso deveria ser uma regra e não exceção. Mas infelizmente sabemos que nem sempre é assim”, comentou Gunther Boeckmann.

JUSTIÇA

Mesmo perdendo o primeiro jogo contra o Equipe por 2x1, graças à confissão do gol irregular, a justiça a favor do Marista São Luís veio ontem. E com o mesmo atleta que gerou toda comoção. A segunda partida entre os dois colégios estava empatada até o último minuto do segundo tempo, quando aconteceu uma falta na entrada da área. Gabriel foi para a cobrança e mandou a bola no fundo das redes. Desta vez, o seu gol foi validado de forma correta. Na prorrogação, o São Luís segurou o empate e, como tinha vantagem, avançou à final da Liga das Escolas Particulares do Recife.

“Eu não tenho filho. Tenho dois enteados e um sobrinho que amo muito. Mas considero todos os meus alunos como filhos. Procuro dar a melhor educação que posso dar e que daria ao meu filho”, comentou Gileno Siqueira bastante emocionado após a vitória em quadra dos seus pupilos.

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