Polêmica

Náutico irá a julgamento devido ao atraso por causa da faixa

Timbu terá de se defender no STJD e poderá ser multado em até R$ 100 mil

Do JC Online
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Publicado em 01/10/2012 às 21:24
Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
Timbu terá de se defender no STJD e poderá ser multado em até R$ 100 mil - FOTO: Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
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O árbitro Leandro Pedro Vuaden (Fifa-RS) relatou na súmula e afirmou em entrevista que o tamanho da faixa exibida nos Aflitos, em protesto contra os erros de arbitragem, foi o que ocasionou o atraso no início do jogo entre Náutico x Atlético-GO, no último sábado (29.9). De acordo com o homem do apito, “a dimensão da faixa estava fora do contexto e aparentava algo muito organizado”. Por isso, preferiu “prevenir” e diz não ter se arrependido do ato. O Timbu será julgado pelo incidente e pode pagar uma multa de até R$ 100 mil.

Na súmula, o árbitro se restringiu em apenas descrever o ocorrido e não justificou a atitude de solicitar a retirada da faixa, que tinha a frase “Não irão nos derrubar no apito!!!”. Ele relatou que pediu para que a mesma fosse “retirada de exposição e enrolada ou deitada”. Vuaden escreveu também que “A faixa voltou a ser estendida, mas foi rapidamente deitada na arquibancada, fato que não se repetiu durante o jogo”. No entanto, a faixa foi exibida durante quase todo o segundo tempo.

Em entrevista ao jornal Zero Hora, de Porto Alegre, Vuaden afirmou que não podia começar o jogo sem tomar uma atitude. “Não é uma faixa comum. É algo de, aproximadamente, 40 metros de comprimento, por um metro de altura. Foi uma coisa um pouco fora do contexto. Se fosse uma faixa menor, tudo bem. Mas aquilo representa muito. É um risco, pode acontecer alguma coisa”, disse. A faixa tem 35m de largura por 1,40m de altura e foi produzida por duas pessoas.

“O tamanho da faixa também prova que é uma coisa organizada. Para aquele tamanho todo, tem que ter uma organização. Quando o torcedor nos xinga, nos chama de ‘ladrão’, nós estamos acostumados. São manifestações normais. Nesse caso, me pareceu algo muito organizado. Quem vai se responsabilizar se der algum incidente grave? Para mim, a parte preventiva é a melhor solução”, justificou.

Desde o último sábado, o caso ganhou o Brasil e quase todas as manifestações são favoráveis ao Náutico, que não corre risco de perder mando de campo. O jogo começou com 17 minutos de atraso porque a torcida se recusava em abaixar a faixa. “É uma faixa que não ofende pessoalmente a ninguém. Não tem porque a gente estar se preocupando com isso. O Náutico não deu causa a nada e está focado no jogo contra o Corinthians”, comentou o presidente alvirrubro, Paulo Wanderley.

O procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, afirmou que a faixa pode se enquadrar como ofensa à arbitragem, por isso, o Náutico poderia ser punido (ver quadro ao lado). Independentemente da ação da procuradoria, como houve atraso, o caso será julgado. Ainda não está marcada uma data para isso ocorrer.

De acordo com o advogado do Timbu no Rio de Janeiro, Osvaldo Sestário, o clube também pode oferecer denúncia contra o árbitro. “O protesto da torcida foi legítimo e não foi ofensivo. O Náutico pode promover uma notícia de infração contra Vuaden, porque ele tomou uma decisão arbitrária”, afirmou.

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