Apesar de todos os problemas do Náutico envolvendo atrasos salariais, algo recorrente no clube, o grupo de jogadores garante continuar acreditando nas palavras dos dirigentes alvirrubros. Para os atletas, todos estão no mesmo barco e de nada ajudará nesse momento crucial da Série B se eles deixarem de dar o melhor quando entrarem em campo.
“Quando você trabalha dentro do clube e o salário atrasa, com certeza, isso afeta. Agora se você deixar isso afetar muito, acaba piorando. Seu desempenho cai, você perde o foco no dia do jogo. É uma situação chata, difícil e complicada, mas temos que continuar trabalhando para resolver entre a gente. Temos que confiar nas palavras deles (dos dirigentes). Temos que continuar treinando e jogar da melhor forma possível”, disse o zagueiro Luiz Alberto, um dos líderes do elenco alvirrubro.
Nesta última terça-feira (28/10), com o pagamento de alguns atrasados, como a diretoria havia prometido no início da semana, a crise deu uma leve trégua, pelo menos, por enquanto. “Tem muito jogador que vai aproveitar para pagar umas contas. Vai dar uma amenizada, sim”, afirmou Luiz Alberto.
Segundo afirmou o vice-presidente de futebol do Náutico, José Barbosa, ao Jornal do Commercio, o clube pagou a parte salarial referente à imagem de julho para os atletas e o mês de agosto da comissão técnica e dos funcionários do administrativo - este apenas para os que recebem até R$ 1 mil. Quem tem salário superior a esse valor continua com a sua situação em aberto. “Não estamos com esse atraso todo, mas o mais importante é pagar. Essa é a nossa obrigação mesmo. Não é nenhum mérito pagar e divulgar isso para vocês (da imprensa). Até porque quem trabalha quer receber”, disse Barbosa.
Assim, além de continuar devendo os funcionários que recebem mais de R$ 1 mil, o clube alvirrubro ainda precisa quitar aos atletas o valor referente a dois meses de direito de imagem (agosto e setembro) e uma carteira (setembro). Isso sem falar da comissão técnica que não teve o mês de setembro pago.
O técnico Dado Cavalcanti tem uma situação diferente, já que seu salário é dividido entre o clube (75%) e um patrocinador (25%). Segundo informações de bastidores (o clube não confirma), o montante do investidor referente aos quatro meses de contrato já está quitado desde a assinatura do contrato. Por outro lado, o Náutico não pagou nada desde a chegada de Dado.
Com tantos problemas a serem administrados, os atletas têm se esforçado para entender a delicada situação financeira do clube. “Hoje, a situação do Náutico é difícil. Sabemos que a diretoria está correndo atrás para pagar os salários e estamos fechados com eles. Estamos juntos, num barco só, e cientes de que precisamos ganhar as partidas”, disse o lateral-esquerdo Raí.