Os jogadores do Náutico preferiram a postura politicamente correta e amenizaram a forma agressiva usada por membros de torcidas organizadas para protestar contra a má fase do time, na terça-feira (24), no CT Wílson Campos, na Guabiraba. A derrota por 2x0 para o Sport, domingo passado, e a eliminação da Copa do Nordeste pelo Salgueiro, que venceu por 3x1, quarta-feira, dia 18, foram os motivos para a reação desses torcedores. O Carcará também é o adversário por uma vaga às semifinais do Campeonato Pernambucano, dia 5 de abril, no Sertão. O Timbu, quarto colocado do Hexagonal do Título com dez pontos, tem a vantagem do empate para conquistar a vaga, pois o rival soma oito na quinta posição.
A presença dos torcedores contou ainda com a autorização da própria diretoria do clube. Por isso, chegaram a entrar no gramado para pressionar os jogadores por resultados. Os atletas, na verdade, ficaram insatisfeitos com o ato, mas preferiram não passar essa posição nas entrevistas. O volante João Ananias, por exemplo, contemporizou a situação ao atender os repórteres, na manhã desta quarta-feira (25), após o treino no CT.
"Nós ficamos surpresos por eles (os torcedores) terem entrado no campo, nosso local de trabalho. Mas foi uma forma pacífica e tranquila. Essa situação só vai mudar quando as vitórias vierem", disse o atleta, sem levar conta os gritos de ameaça de alguns membros, como também o fato de os torcedores terem ainda usado fogos de artifício para anunciar a chegada e na saída do CT.
O atacante Stéfano Yuri, recuperado de uma lesão no dedão do pé direito, concordou com o volante e lembrou que passou o mesmo quando estava no Santos. "Não foi primeira vez que ocorreu isso comingo. Passei pela mesma situação no Santos. Para mim, além de a cobrança ser válida, mostra que o torcedor está ao nosso lado, querendo resultado. Tudo depende da gente. Agora, o melhor é deixar isso de lado. Mesmo assim, tivemos um susto por eles terem entrado no campo. Ficamos chateados porque é o nosso local de trabalho."