A volta do Náutico para os Aflitos é um tema discutido desde que o Governo do Estado rescindiu o contrato com o Consórcio Odebrecht que coordenava a Arena Pernambuco. Com a extinção do acordo entre as duas partes, o clube perdeu a obrigatoriedade de atuar no local. Mas, por outro lado, ficou sem ‘casa’, já que o Eládio de Barros Carvalho não tem condições burocráticas e estruturais de receber os jogos.
Dentro dessa realidade, o Conselho Deliberativo alvirrubro aprovou uma medida em que frisa que, a partir da próxima temporada, o Náutico só pode jogar em outro estádio caso um possível contrato seja aprovado pelo órgão. Dessa maneira, o clube só pode acertar uma nova parceira para jogar na Arena, Arruda ou Ilha do Retiro até dezembro de 2016.
“Existe uma normativa aprovada no Conselho, no mês de junho, no sentido de que qualquer contrato que seja firmado pelo executivo para jogar em outro lugar que não seja nos Aflitos tem que ser até dezembro. Depois, só com a aprovação do órgão”, afirmou Gustavo Ventura, presidente do Conselho Deliberativo do Náutico.
Ventura também destacou que não vê o executivo do clube empolgado com a volta do time para a antiga casa. Ao contrário do Conselho que desde o início das tratativas defendeu a ideia. “Preciso ressaltar que não vejo o entusiasmo necessário da diretoria executiva para o retorno aos Aflitos. Espero estar errado e que aconteça de maneira contrária, mas no momento é isso que observo. Neste momento, o Conselho Deliberativo vê como fundamental a volta ao estádio”, disse Gustavo
Assim que foi eleito para o cargo, ainda em dezembro de 2015, Ventura declarou que era uma vontade pessoal voltar aos Aflitos. Além disso, desde os primeiros dias no comando do CD, ele revelou que iria defender no Conselho a volta do Náutico para o seu estádio, tendo em vista que o Estado já dava sinais que não manteria a Parceria Público Privada com o Consórcio que administrava a Arena Pernambuco.
DISTRATO
Em relação ao contrato entre o Náutico e o Consórcio, o presidente do Conselho Deliberativo disse que o órgão está trabalhando junto com a diretoria jurídica do executiva para acertar o distrato. Atitude que pode demorar, devido ao tramites burocráticos.
“A comissão de legislação e justiça do Conselho está contribuindo com a diretoria jurídica do executivo para tentar encontrar uma solução jurídica do contrato junto a Arena Pernambuco. Isso envolve dois contratos complexos e situações que o clube precisa firmar estratégias”, contou Ventura.
Ciente de que é preciso uma união no Náutico para o retorno aos Aflitos, Gustavo Ventura descartou a existência de um racha político no clube. Na visão dele, o Conselho Deliberativo tem um papel legislativo e cumpre função semelhante àquela que foi decisiva para a ida do Timbu ao estádio que recebeu a Copa do Mundo de 2014.
“Fazendo uma analogia com o Estado, o Conselho tem um papel legislativo e judiciário. Em 2011, quando foi assinado o contrato para mandar os jogos na Arena foi o órgão que aprovou. Desta vez, aprovou o retorno aos Aflitos diante do distrato firmado entre o Governo de Pernambuco e a Arena Pernambuco Negócios S.A.”, esclareceu o presidente. “Precisamos trabalhar juntos para que em 2017 o Náutico possa voltar para o seu estádio”, finalizou.