Algumas funções táticas têm suas particularidades no futebol e uma delas diz respeito ao papel de centroavante. É bastante difícil gerir uma situação onde ao menos dois jogadores disputam pela mesma ‘camisa nove’, sobretudo quando ambos estão em boa fase. O Bahia é um exemplo disso, onde Gilberto e Fernandão dividem opiniões, principalmente entre os torcedores. O Náutico vive algo semelhante - salvas as devidas proporções - com Odilávio e Wallace Pernambucano dividindo o mesmo espaço entre os onze titulares.
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Com 32 anos e atravessando a segunda temporada em alto nível de resultado pelo Náutico, Wallace Pernambucano largou como artilheiro da equipe, com oito gols marcados. Apenas três a menos que em toda a temporada de 2018. No entanto, desde a partida contra o Santa Cruz pela Copa do Brasil, o jogador se machucou e desde então é utilizado de forma gradativa, porém sempre aguardado como peça fundamental para a equipe.
Por sua vez, aos 22 anos, Odilávio já emendou a sua maior sequência de jogos como profissional no quarto ano de oportunidades no elenco principal. Entre o primeiro e o último jogo diante do Afogados, o jovem atacante participou como titular nas dez oportunidades, com três gols marcados, apesar de ainda não ter completado os 90 minutos em campo na temporada. Oportunidade que o técnico justifica por observar duas qualidades em Odilávio e em Thiago, que consolidou lugar na equipe.
“É personalidade e atitude. Esses jogadores tiveram a oportunidade contra esse mesmo Afogados. O Odilávio principalmente, o Thiago já vinha de outros jogos. São jogadores que estão aproveitando bastante a oportunidade. Não é fácil, principalmente por parte de algumas pessoas comentarem o fato de você ter um artilheiro (no banco). O Tiago tomou conta da situação, mas o Odilávio vem tendo personalidade e fazendo os jogos com naturalidade”, afirma Márcio Goiano.
DÁ PRA JOGAR JUNTOS?
A confiança de Márcio Goiano em Odilávio é tamanha que o treinador já começa a vislumbrar a possibilidade de ter os dois atletas ao mesmo tempo em campo, atribuindo uma nova função ao jovem atacante. O que por muito pouco não aconteceu na semifinal do Pernambucano contra o Afogados. Sinais de que o treinador entende a cobrança por ter o artilheiro Wallace Pernambucano de volta à equipe, mas de que não quer perder a possibilidade de dar mais lastro para Odilávio crescer ainda mais.
"Tínhamos um jogador a mais (contra o Afogados). Eu iria manter naquele momento o Odilávio e colocar o Wallace no jogo. O último treinamento no sentido de equipe para o jogo, não adianta querer inventar. Tem que buscar soluções que a gente tem. Não seria uma invenção. A intenção era centralizar o Wallace e trazer o Odilávio em função de uma superioridade no lado esquerdo, já que o Thiago faz o outro lado.”
