Com menos de dois anos à frente do clube, a atual gestão executiva vem dando muitos motivos para a torcida do Náutico comemorar. Dentro e fora de campo. Com uma política forte de austeridade financeira, o presidente Edno Melo, ao lado do vice Diógenes Braga, está conseguindo, aos poucos, recuperar a credibilidade da instituição no cenário nacional. O acesso à Série B do Campeonato Brasileiro é mais um importante e necessário passo conquistado.
Austeridade talvez seja, aliás, a palavra mais repetida pela dupla em entrevistas. Eleita no final de 2017, a gestão tem feito um trabalho muito bom. Com uma folha salarial enxuta, a diretoria mantém rigorosamente em dia os salários dos atletas e funcionários, ao mesmo tempo em que renegocia as dívidas antigas com o objetivo de diminuir o grande passivo do clube.
Dentro de campo, o Náutico também tem colhido resultados satisfatórios. A gestão foi responsável por quebrar um jejum de 13 anos sem títulos, ao conquistar o Campeonato Pernambucano do ano passado, com direito a mais de 42 mil torcedores presentes e recorde de público da Arena de Pernambuco. O que mais orgulha a diretoria e os torcedores, no entanto, é a tão sonhada volta ao Eládio de Barros Carvalho. O time voltou a mandar os jogos no estádio dos Aflitos depois de quase seis anos longe do caldeirão.
Leia Também
- Com drama, Náutico supera Paysandu e está na Série B 2020
- Ouça os gols da classificação do Náutico para a Série B na voz de Aroldo Costa
- Dal Pozzo faz história em sua segunda passagem pelo Náutico
- Náutico: Trio de jogadores se redime com o acesso à Série B
- A campanha do acesso do Náutico para a Série B em números
- Thiago: de promessa do Náutico à realidade dentro de campo
- Retorno aos Aflitos muda a sorte do Náutico, que está de volta à Série B
O investimento e a valorização das categorias de base também são marcas da atual diretoria alvirrubra. Bons valores como Bruno, Luiz Henrique, Robinho, Hereda e Thiago foram revelados e ganharam destaque na equipe profissional em menos de dois anos. Os três primeiros jogadores, inclusive, já renderam frutos ao clube com negociações. Empréstimo no caso de Bruno, e vendas com porcentagem de direitos econômicos mantidas, visando futuro lucros, nos casos de Luiz Henrique e Robinho.
PLANEJAMENTO DO FUTEBOL
No planejamento do futebol, Edno Melo e Diógenes Braga têm o reforço de um executivo formado no próprio clube. Ítalo Rodrigues é figura carimbada no dia a dia do Náutico e um dos responsáveis direto pela formação do elenco e relacionamento com os atletas. O necessário retorno à Série B se torna, então, a coroação de um trabalho sério, reconhecido e valorizado pelos próprios jogadores e membros da comissão técnica alvirrubra.
“Quando vários jogadores e quando o técnico enaltece isso, as pessoas passam a acreditar, porque é uma verdade. No caso desses dois, eles entendem muito de futebol, de gestão, todas as contratações que foram feitas, elas foram construídas, debatidas, eu ouço a opinião deles, eles respeitam a minha opinião e a gente chega a uma conclusão, então fica fácil. Eu consigo ver um trabalho saudável no dia a dia, integrado, com respeito”, comentou o técnico Gilmar Dal Pozzo, em referência aos dirigentes Diógenes Braga e Ítalo Rodrigues.
Um dos objetivos da atual política adotada pelo presidente Edno Melo é tornar o Náutico, no futuro, um clube auto sustentável. Para isso, se justifica o investimento na N Seis, marca própria do clube, responsável pela produção dos materiais esportivos e de outros produtos licenciados. O “boom” no quadro de sócios é outro importante vetor para a sustentabilidade desejada. O clube saiu de menos de três mil associados para quase 16 mil sócios em dia, número próximo a capacidade máxima do estádio dos Aflitos.