RIO DE JANEIRO – Quinze atletas paraolímpicos brasileiros receberão ajuda da prefeitura do Rio de Janeiro para se prepararem para os Jogos Paraolímpicos de Londres, neste ano, e do Rio, em 2016.
Entre os atletas das modalidades de atletismo, natação e judô, que possuem deficiência visual e motora, há iniciantes e campeões paraolímpicos, como o nadador Clodoaldo Silva. Maior medalhista brasileiro, Silva já conquistou 13 medalhas nas Paraolimpíadas de Sidney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008), sendo seis de ouro.
“Quando eu comecei, eu tinha que treinar, estudar e procurar patrocínio. Venho de uma família muito pobre de Natal (RN) e cheguei até a passar fome para poder treinar. Cheguei a pensar em desistir de trabalhar ou de treinar. Hoje, os atletas que estão começando, já têm essa possibilidade de estrutura. Antigamente, as pessoas com deficiência procuravam o esporte para fazer fisioterapia. Hoje, as pessoas com deficiência chegam num clube e querem ser atletas. Essa iniciativa da prefeitura do Rio precisa ser colocada em prática também em outras prefeituras do Brasil”, disse.
Segundo a secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Georgette Vidor, investir em atletas paraolímpicos de alto rendimento pode resultar num estímulo à descoberta de novos talentos. “Quanto mais gente nós tivermos preparadas para ensinar e desenvolver o esporte paraolímpico, mais descoberta de talentos poderemos ter. A gente 'fabrica' um atleta paraolímpico muito mais rapidamente que um atleta olímpico. Então, acho que, em quatro anos, a gente pode produzir muitos resultados”, disse a secretária.
A delegação paraolímpica brasileira vem registrando avanços em competições internacionais, nos últimos anos. Nos Jogos Parapanamericanos de Guadalajara, no México, no ano passado, o Brasil terminou em primeiro lugar, com 197 medalhas, sendo 81 de ouro. Essa foi a primeira vez que a equipe paraolímpica terminou uma competição multiesportiva no exterior, em primeiro lugar.