SPOT

COI lamenta campanha publicitária argentina filmada nas Malvinas

Película mostra atleta treinando "em solo argentino" antes de ir a Londres

Da AFP
Cadastrado por
Da AFP
Publicado em 08/05/2012 às 21:13
Leitura:

O Comitê Olímpico Internacional (COI) afirmou neste sábado que "lamentava" a divulgação pelo governo argentino de uma campanha publicitária sobre as Olimpíadas de Londres-2012, que mostra um atleta do país treinado nas Ilhas Malvinas, chamadas no comercial de "solo argentino", 30 anos após o conflito com o Reino-Unido.

"Os Jogos Olímpicos não devem servir de base para a expressão de assuntos políticos e o COI lamenta qualquer tentativa de usar a imagem do evento com esta finalidade", explicou a entidade num comunicado.

"Estamos em contato com o Comitê Olímpico Nacional argentino regularmente e temos certeza de que os Jogos não serão usados como plataforma política e respeitará totalmente a cartilha olímpica", completou o COI, que diz "sempre ter zelado para separar esporte e política."

A campanha mostra o capitão da equipe argentina de hóquei masculino, Fernando Zylberberg, apresentado como "atleta olímpico argentino", correndo nas ruas da capital das Malvinas (Port Stanley ou Puerto Argentino), e fazendo exercícios na praia antes de beijar a areia.

Com o título "Jogos Olímpicos de 2012. Homenagem aos soldados mortos (em combate) e aos veteranos", o filme publicitário foi divulgado em diversos canais de televisão da argentina e provocou a ira das autoridades do arquipélago (que os britânicos chamam de Falklands).

Estas ilhas, situadas ao largo do extremo sul da Argentina, estão sob domínio do Reino-Unido desde 1833. As relações entre os dois países ficaram mais tensas neste ano, 30 anos depois do conflito travado do dia 2 de abril ao 14 de junho de 1982.

A Argentina reagiu às críticas do COI ao afirmar que "não se tratava de uma provocação", declarou neste sábado a embaixadora argentina na Grã-Bretanha, Alicia Castro, em entrevista ao diário argentino El Tribuno.

A agência publicitária Young and Rubicam, cuja filial argentina produziu a campanha, pediu ao governo argentino que retire o filme publicitário, apesar dele continuar a ser divulgado neste sábado.

No entando, Martín Mercado, diretor da Young and Rubicam na Argentina, afirmou num comunicado que a campanha não tinha a intenção de ofender ninguém e confessou que "o filme tem força, mas nunca pensamos que teria tamanha repercussão a nível mundial".

Últimas notícias