O presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, procurou não demonstrar preocupação com o fato de que a CTS Eventim - empresa alemã que venceu a concorrência para a venda de ingressos dos Jogos Olímpicos - estar sendo investigada por suspeita de irregularidades em contratos da Copa do Mundo de 2006. Para Nuzman, "já se passaram oito anos" e o Comitê Rio "não faz papel de polícia".
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A reportagem revelou nesta quarta-feira que o CEO da empresa, Klaus-Peter Schulenberg, está sendo investigado em Munique. A suspeita é de que ele teria fechado um acordo com o ex-diretor da Federação Alemã de Futebol, Willi Behr. Pelo entendimento do Ministério Público daquele país, a CTS Eventim ficaria com o contrato para a Copa de 2006, avaliado em 270 milhões de euros, e, em troca, 52 mil ingressos seriam comercializados no mercado negro, com lucros milionários.
Ainda na manha desta quarta-feira, logo após assinar o contrato de parceria com a empresa chinesa 361º - que será responsável pelo fornecimento de mais de 100 mil uniformes para voluntários e equipe técnica da Olimpíada do Rio -, Nuzman minimizou a investigação alemã.
"Oficialmente, nós não sabemos de nada. A concorrência (para a venda de ingressos) foi feita com toda a documentação. A Copa do Mundo da Alemanha foi em 2006, então nós estamos falando aí de oito anos, e se até hoje eles não apresentaram a nós qualquer questão, nós imaginamos que não tenha qualquer problema de nós seguirmos", disse o presidente do Comitê.
Segundo Nuzman, mesmo que a concorrência pública vencida pela empresa sob suspeita represente o direito a comercializar nove milhões de ingressos para os Jogos do Rio, não cabe ao Comitê investigar. "Se tivesse alguma coisa, o Ministério Público de Munique ou da Alemanha que deveriam entrar em contato conosco", considerou.
"Ninguém pode falar em hipótese. Vocês (imprensa) estão querendo julgar antes de ter a decisão", afirmou Nuzman. "Com a mesma tranquilidade com qualquer empresa que está trabalhando conosco, se tiver alguma coisa nós tomaremos providências. Mas, no momento em que houve a concorrência, e que ninguém apresentou nada contra, não somos nós, agora, que vamos fazer qualquer papel de polícia", continuou o dirigente.