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As últimas braçadas de Joanna Maranhão

Aos 26 anos, a pernambucana vive seus últimos dias como atleta profissional. Despedida será no sábado

Do JC Online
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Publicado em 06/04/2014 às 8:37
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Aos 26 anos, a pernambucana vive seus últimos dias como atleta profissional. Despedida será no sábado - FOTO: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
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Corajosa, determinada e vencedora. Essa é Joanna Maranhão, principal representante da natação pernambucana nos últimos anos. Ela, que dedicou 23 anos da sua vida ao esporte de alto rendimento, cansou de “brigar sozinha” com a Confederação Brasileira de Esportes Aquáticos (CBDA) e resolveu se aposentar. Sua despedida será em casa, nos próximos dias 11 e 12 deste mês (sexta-feira e sábado), no Torneio Nordeste de Clubes, no Sport Club do Recife. 

Joanna anunciou a decisão no dia 31 de janeiro. De lá para cá, foram dois meses contaminados por uma onda saudosa, além, é claro, dos inúmeros pedidos de “volta” dos admiradores. A nadadora, porém, está determinada a parar de competir. “Eu estava cansada de lutar por algumas coisas sozinha. Todo mundo só fala da maravilha que vão ser os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, mas ninguém conhece os bastidores”, contou a pernambucana, que acrescentou. “Não há investimento em muitos atletas. Eu, por exemplo, trazia os resultados e não conseguia patrocínio. Bancava muitas despesas do meu próprio bolso. O resultado foi uma dívida de R$ 412 mil”, destacou.

Essa, inclusive, foi a gota d’água para Joanna definir o término de sua carreira. Ela revelou que na época dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara e dos Jogos de Londres, em 2011 e 2012, já pensava em encerrar sua trajetória como profissional. “Foi por isso que eu fiz questão de dar o meu melhor nessas competições. Abri mão de muitas coisas para estar lá. Sabia que aquele seria meu último Pan e a minha última olimpíada”, observou. 

Nesse período, Joanna passou por mudanças importantes. Primeiro, ela defendeu o Minas Tênis Clube, onde passou por momentos legais, mas sofreu uma decepção que marcou o fim da parceria com o clube mineiro. Seu ex-técnico Fernando Vanzella foi demitido, e Joanna pediu transferência para o Flamengo. Depois, foram alguns meses se dividindo entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O sacrifício valeu a pena, pois foram outros muitos triunfos contabilizados, entre eles um período de treinos em Serra Nevada, nos Estados Unidos, onde ela conquistou o Grand Prix local. 

Nos dois anos seguintes, Joanna voltou a treinar na capital pernambucana, ao lado do técnico que a revelou no início da carreira: João Reinaldo, Nikita. Passou a trabalhar também com a ONG Infância Livre e dedicar-se à faculdade de Educação Física. Joanna ainda treina, mas nada comparado aos exercícios do alto rendimento de outrora. A prioridade, agora, são os compromissos com o estágio e com o ensino superior. 

Hoje, ela trabalha na equipe de natação de Nikita, no Clube Português, onde ministra aulas para adolescentes, jovens e idosos. O tempo que sobra ela aproveita para fazer seu próprio treinamento. Nada muito puxado, porque a vida como atleta ficou um pouco no passado. Já a satisfação de vestir o maiô e dar algumas braçadas continua a mesma de sempre.

No próximo fim de semana, a nadadora estará em uma competição oficial pela última vez. Apesar do grande momento, Joanna diz não estar ansiosa. “Ainda não parei para pensar. Acredito que, na quinta-feira, eu vou sentir um friozinho na barriga. O que eu gosto muito e acho que vou sentir mais falta são dos momentos que precedem as provas. A preparação, a ansiedade”, falou.

Polivalente, Joanna é especialista em várias modalidades. Tanto que ela se inscreveu em seis disputas. São elas: 50m e 100m borboleta, 100m costas, 200m medley e os revezamentos 4x100m livre e 4x100 medley. Uma despedida em grande estilo e com boa expectativa de medalhas.

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