Atleta que é atleta precisa dar exemplo quando o assunto é boa forma, certo? Não necessariamente. Nas quadras, campos de futebol e até dentro dos octógonos alguns desportistas têm desafiado a lógica por conseguirem se destacar justamente pelo contrário: por não se encaixarem no biotipo exigido pelas modalidades nas quais decidiram se profissionalizar.
Reserva número 1 do técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, José Roberto Guimarães, a oposta Tandara, de 25 anos, não chama atenção apenas pelas “pedradas” que costuma mandar para a quadra adversária todas as vezes que é acionada na inversão do 5 x 1 ao lado da levantadora Fabíola. Com 87 kg distribuídos em 1,84m, a atleta é a mais pesada da seleção brasileira, ficando muito à frente de Tahisa, segunda nesse quesito, com 79 kg e 1,92m.
“No voleibol, se o padrão físico puder casar com a habilidade, ótimo. Mas também não há grandes perdas se o talento predominar. É o que acontece com Tandara. Apesar do sobrepeso, ela é ágil, tem um bom tempo de reação e é uma jogadora de uma força impressionante. Uma potência como a dela no ataque é raramente vista no vôlei feminino. Sheilla, que é a titular da posição, não tem a mesma força de ataque, mas consegue se sobressair por ser uma jogadora muito técnica ”, avaliou o ex-técnico da seleção brasileira masculina, Josenildo Carvalho.
Quem costuma acompanhar as lutas do UFC também já se acostumou a ver o norte-americano Roy Nelson, de 38 anos, colocando muitos adversário para “dormir”, apesar da barriguinha proeminente que ostenta. Com 130kg e 1,83 m, o lutador integra a categoria dos pesos pesados e tem um cartel com 30 lutas, sendo 20 vitórias (13 delas por nocaute) e 10 derrotas.
Em abril deste ano, o brasileiro Rodrigo Minotauro sentiu o peso dos socos de Nelson, indo a nocaute após 3minutos37 de luta. “A barriga de Roy Nelson é muito em função da dieta que ele escolheu fazer. Isso não quer dizer que ele não está muito bem treinado e bem condicionado fisicamente. Ele treina muito, do contrário não chegaria aonde chegou”, disse o veterano do UFC Mário Sucata.
Mesmo nitidamente acima do peso, no ano passado, o pernambucano Walter foi eleito o destaque do Campeonato Brasileiro quando ainda jogava pelo Goiás. Tanto que os 13 gols marcados ao longo da temporada renderam-lhe a transferência para o Fluminense. Às Laranjeiras, no entanto, o centroavante chegou ainda mais pesado, com 106 kg. Apesar de ter conseguido sair da casa dos três dígitos meses depois, Walter não tem repetido as boas atuações que o consagraram, amargando o banco de reservas no Flu.