Os mais de 25 mil participantes da maratona de Pequim tiveram que superar um ar sufocante neste domingo (18), com alguns recorrendo até a máscaras devido aos altos índices de poluição da capital chinesa, mais de 15 vezes superior aos níveis recomendados.
Os organizadores se negaram a mudar a data da prova, explicando que haviam contratado mais funcionários de saúde já que a cidade estaria coberta por uma espessa camada branca.
As partículas de PM2.5, que podem chegar aos pulmões, estavam em níveis superiores a 400 microgramas por metro cúbico em alguns bairros de Pequim. O nível máximo diário recomendado pela Organização Mundial da Saúde é de 25 por m3.
A embaixada dos Estados Unidos classificou o ar de "perigoso".
Para cruzar a linha de chegada após um percurso de 42 quilômetros, alguns corredores tentaram minimizar os riscos. "Estou acostumado à poluição", explicou o participante Liu Fan. Sua mulher, que o esperava perto da linha de chegada com um buquê de flores, disse que as condições são "terríveis".
O ator chinês Yuan Hong decidiu abandonar a prova. "A qualidade do ar é péssima", escreveu em seu blog.
"Quando vi o estado da minha máscara depois de dez quilômetros, eu disse a mim mesmo 'isso é demais'", declarou Chas Pope, corredor britânico de 39 anos. "Foi muito ridículo. Supõe-se que a corrida seja saudável", completou.
Os organizadores explicaram que seria "muito difícil" adiar a corrida porque "quase a metade dos atletas vinha de outros países ou de outras regiões".
A China enfrenta um grave problema de poluição do ar por causa do carvão usado na geração de energia elétrica em uma economia com altas taxas de crescimento e pelo aumento do número de carros nas ruas, entre outros motivos.
O etíope Girmay Birhanu Gebru venceu a maratona, com um tempo de pouco mais de duas horas e 10 minutos. Sua compatriota Fatuma Sado Dergo foi a mulher mais rápida, com um tempo pouco superior a duas horas e meia.