“Ser mãe foi a melhor coisa que já me aconteceu. Por causa de Miguelzinho eu voltei a lutar pelos meus sonhos”. A declaração é da marchadora pernambucana Paula Raíssa, que há dois anos foi surpreendida com a notícia de sua gravidez. Na época, quando tinha apenas 18 anos, ela não imaginava que a chegada de seu filhinho marcaria o início de um caminho de realizações. Agora, Paula visualiza a possibilidade de ingressar na faculdade, ter uma carreira ambiciosa no esporte e, sobretudo, um futuro melhor para o seu pequeno Miguel.
A marchadora faz parte do grupo de atletas que depois da maternidade só consegue apontar melhorias no seu desempenho (confira alguns exemplos na galeria). “Definitivamente, eu me sinto muito melhor. Competir é o que eu amo fazer e eu faço por ele. Quero obter grandes resultados por causa dele”, argumentou a marchadora, que por alguns meses abandonou o esporte, mas logo se deu conta do erro. Há oito meses, ela voltou ao alto rendimento e com a ajuda da mãe, Maria da Paes, administra a dupla jornada como mãe e atleta.
No aspecto profissional, ela vai disputar o Troféu Brasil, a partir da próxima quinta-feira, em São Paulo. “Quero apenas melhorar minha marca pessoal. Ainda vou aprender muita coisa e meu foco está em 2020, nas Olimpíadas de Tóquio”, disse.
Quem já realizou o sonho de ser mãe e está concentrada nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no próximo ano, é a marchadora local Cisiane Dutra. Para esta temporada, ela já garantiu os índices dos Jogos Pan-Americanos e do Mundial de Atletismo. Na elite do esporte nacional, Cisiane garante que ser mãe foi um divisor de águas na carreira profissional. “Ser mãe me transformou em uma atleta melhor. Estou mais madura. Hoje eu consigo treinar bem e até melhor do que antes”, relatou Cisiane, que no sábado representou o Brasil nos 20km da Copa Pan-Americana de Marcha Atlética, no Chile.
A jogadora da seleção brasileira de vôlei Jaqueline Carvalho é mais uma mamãe-atleta que está arrasando no esporte. Ela ficou grávida de Arthur logo depois do ouro em Londres-2012. De lá para cá, teve tempo de aproveitar o filhinho e retornar às quadras, defendendo o Camponesa/Minas na Superliga passada – em abril, ela foi contratada pelo Sesi-SP. Além disso, a jogador voltou com tudo para a seleção brasileira.
No basquete, a armadora do América, Adrianinha é um exemplo de superação. Depois que teve Aaliyah já disputou duas Olimpíadas (Pequim-2008 e Londres-2012) – antes ela já havia conquistado o bronze em Sidney-2000 e o 4º lugar em Atenas-2004. Ela conta que conciliar a dupla jornada é difícil, mas a recompensa é algo inexplicável. “Não é impossível. Com um ajuste aqui e outro ali consigo unir as duas coisas. Quero minha filha sempre por perto e faço de tudo para tornar isso possível”, garantiu Adrianinha, manifestando o seu amor incondicional, característica de toda mãe.