Jogos Pan-Americanos

Blindagem aos atletas nos Jogos do Rio-2016 será testada no Pan de Toronto

Entidade vai vetar totalmente o acesso de parentes e familiares dos competidores à Vila Pan-Americana

Do JC Online
Cadastrado por
Do JC Online
Publicado em 08/07/2015 às 13:01
COB/Divulgação
Entidade vai vetar totalmente o acesso de parentes e familiares dos competidores à Vila Pan-Americana - FOTO: COB/Divulgação
Leitura:

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) vai usar o Pan de Toronto para testar um sistema de blindagem aos atletas que terá efeito ao longo dos Jogos Olímpicos do Rio-2016.

A entidade vai vetar totalmente o acesso de parentes e familiares dos competidores à Vila Pan-Americana e quer fazer o mesmo no megaevento olímpico do próximo ano. Os atletas só poderão receber seus próximos em locais fora da Vila, determinados pelo COB.

Em Toronto, o ponto de encontro será o "Espaço do Time Brasil", que será montado em uma galeria de arte no Distillery District, point da cidade que fica a 500 m da Vila. No Rio, um espaço semelhante será montado no estacionamento de um shopping a quatro quilômetros da Vila Olímpica, na zona oeste do Rio.

Existe uma preocupação de que o assédio e a euforia pelo fato de a Olimpíada ocorrer pela primeira vez no Brasil atrapalhem o rendimento dos atletas -o Brasil deve ter cerca de 400 atletas no Rio. O comitê estabeleceu 27 a 30 medalhas e um lugar no top 10 olímpico (em total de pódios) como metas.

“Durante os Jogos Olímpicos, vai ter mãe, pai, tio, tia, avó, papagaio, cachorro, senador, político, etc querendo entrar na Vila. Mas a pessoa entra e quer tirar foto com esse, com aquele. Então vamos tentar bloquear para o time o acesso à vila", afirmou Marcus Vinícius Freire, superintendente do COB. "Então, vamos testar essa operação no Pan”.

Segundo o dirigente, a decisão de restringir quase totalmente o acesso às vilas -do Pan e da Olimpíada- foi tomada após sugestão de um conselho de treinadores do COB, que tem, entre outros, José Roberto Guimarães (vôlei feminino), Bernardinho (vôlei masculino) e Rubén Magnano (basquete masculino).

Além deles, Freire contou que o COB consultou especialistas norte-americanos e ingleses para ajudar a traçar a estratégia.

"Não queremos fazer cartilha nem dizer o que é ou não proibido. A pergunta era 'como deixar homogêneo'? Teve técnico, como o Jesús Morlan (da canoagem), que quer brecar os atletas de falar no celular 48 horas antes da competição. Isso é impossível", disse o superintendente.

No Pan de Toronto, os atletas podem ir caminhando ao Distillery District. Os medalhistas receberão homenagens e prêmio -como bonecos da mascote Ginga- e falarão com a imprensa no local. O local, que deve abrir na sexta-feira (10), fica aberto ao público até as 17h e depois fecha e é restrito a atletas e convidados.

No Rio, haverá um transporte para levar os atletas da Vila Olímpica até o shopping que terá a instalação brasileira.

POLITICAMENTE CORRETO

Além do veto a visitas na Vila, o COB também pretende orientar os atletas a racionalizar a utilização de mídias sociais durante os Jogos Olímpicos.

Serão feitas atividades para orientar o uso durante o evento.

"Não vamos bloquear, mas dar orientação para mídia a social. Pediremos para não serem agressivos, não entrar em questões políticas, não responder e criar atrito", afirmou Freire.

Nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, por exemplo, a judoca Rafaela Silva se envolveu em polêmica ao responder ofensas de um torcedor no Twitter, logo após sua eliminação.

Últimas notícias