O Comitê Olímpico Internacional (COI) deu um fim às especulações, promovidas pelo próprio Comitê Olímpico Mexicano (COM), de que o México poderia ficar fora dos Jogos Olímpicos do Rio, no ano que vem, em punição pela interferência do governo federal na gestão do esporte no país. Pelo contrário: disse que apoia as auditorias que estão sendo feitas no COM e em federações nacionais.
O COM reclama da auditoria que está sendo realizada nas suas contas por parte de uma agência federal, sob determinação do governo. Há 20 dias, o presidente do órgão, Carlos Padilla Becerra, concedeu entrevista coletiva e alardeou que, se o governo não encerrasse a auditoria, o México ficaria fora dos Jogos do Rio.
O argumento era de que o COI veta a interferência de governos no esporte e por diversas vezes já suspendeu comitês olímpicos nacionais. No mês passado, Becerra foi a Lausanne, sede do COI, e lá entregou a Thomas Bach uma carta assinada por 10 federações nacionais de esportes olímpicos em que elas expressavam ingerência por parte da Comissão Nacional de Cultura Física e Esporte (Conade).
O COI analisou o caso e concluiu que não há ingerência. Pere Miro, subdiretor geral para relações com o movimento olímpico, falou com a imprensa nesta terça-feira em Lausanne e revelou que o COI recebeu garantias de que o governo mexicano respeita a autonomia das federações. O que o órgão máximo do esporte olímpico veta é que os governos se metam na liderança das federações e comitês nacionais, o que não é o caso.
No entender do COI, a preocupação do governo mexicano em descobrir como as federações esportivas utilizam os recursos públicos é "mais do que legítima". Quando o caso veio à tona, Alfredo Castillo, diretor da Conade, reclamou da postura do COM: "Os mercenários só podem recorrer à chantagem".