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O ex-presidente da Conmebol, o uruguaio Eugenio Figueredo, reconheceu que existe corrupção na entidade que rege o futebol sul-americano, segundo comunicado do promotor que pediu a prisão do dirigente no Uruguai. Figueredo "reconhece que são evidentes as movimentações indevidas de dinheiro na Confederação (Sul-Americana de Futebol) e, pelos contratos que esta assinava, ao assumir o cargo de presidente, procurou 'legalizar' o 'dinheiro sujo' que dividiam" em "uma rede de corrupção que arruinou o futebol sul-americano, uma impunidade que se manteve durante décadas", escreveu o promotor Juan Gómez em seu primeiro comunicado sobre o caso. Figueredo, 83, que chegou ao Uruguai na manhã de quinta-feira (24) extraditado da Suíça, ficará detido durante o processo judicial.
Segundo o promotor, das declarações de Figueredo na quinta-feira (24) é possível concluir "que desde a época em que assumiu o cargo de membro do Comitê Executivo da Conmebol, recebia importantes somas de dinheiros, em função de um esquema do qual participavam diversos integrantes da entidade, com a finalidade (...) de manter o 'status quo' de uma forma perversa de corrupção".
"Desta forma, entre outras coisas, evitava o contato com possíveis novos interessados na comercialização dos direitos de televisão dos distintos torneios organizados pela Confederação", explica o texto publicado no site da promotoria uruguaia.
Figueredo "reconhece que tal modo de agir se traduzia em prejuízo a clubes e a jogadores profissionais, no caso do Uruguai", continua o promotor, que recebeu uma denúncia em 24 de dezembro de 2013 apresentada por clubes locais e o sindicato dos jogadores profissionais contra vários dirigentes, incluindo Figueredo, por este motivo.
O ex-vice-presidente da Fifa também reconheceu ter recebido dinheiro de empresas que adquiriram os direitos televisivos. Figueredo será julgado por crimes de fraude e lavagem de dinheiro no Uruguai, já que movimentava esse dinheiro no país.
O uruguaio foi vice-presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) entre 1993 e 2013, ano em que assumiu o cargo de presidente, e comandou a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) entre 1997 e 2006. Também foi um dos vice-presidentes da Fifa.
Ele estava detido na Suíça desde 27 de maio e teve sua extradição solicitada pelo Uruguai após a explosão do 'FIFAgate', escândalo de corrupção que abala a entidade que comanda o futebol mundial.