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Controle de doping corre risco de ser 'medíocre' no Rio, diz COI

O problema seria político e por falta de uma legislação específica no Brasil para atender aos padrões do COI

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 11/03/2016 às 15:28
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Em pleno escândalo de doping envolvendo atletas russos, o COI alerta que o controle sobre substâncias proibidas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de poderá ser "medíocre" diante dos atrasos na preparação do Brasil para sediar o evento. O País tem até a próxima sexta-feira (18) para alterar sua legislação antidoping, criando um tribunal único, sob o risco de ter seu laboratório descredenciado.

Documentos confidenciais obtidos com exclusividade pela reportagem do Estadão.com apontam para preocupações do COI sobre o assunto. O informe é de 29 de fevereiro e assinado pelo diretor-geral da entidade, o belga Christophe De Kepper. Os documentos foram usados para as reuniões mantidas na semana passada em Lausanne para examinar a situação do País.

Para o COI, o laboratório de testes no Rio está "inteiramente operacional com as análises aperfeiçoadas e está no bom caminho para oferecer serviços completos durante os Jogos". A Agência Mundial Antidoping (Wada) havia retirado a credencial do laboratório carioca há dois anos, exigindo uma reforma completa das práticas.

Mas o problema, agora, seria político e por falta de uma legislação específica no Brasil para atender aos padrões do COI. "O laboratório corre o risco de perder sua credencial se as regras antidoping forem declaradas como não conforme ao Código Mundial Antidoping até o dia 18 de março", alertou o Departamento Médico e Científico do COI. "Essa decisão é inevitável, salvo se uma lei brasileira for modificada para permitir colocar em práticas as regras em conformidade com o Código", indicou.

Em sua avaliação, o COI traça um cenário pessimista caso essa seja a realidade no dia 18 de março. "Se o laboratório perder sua credencial, todas as amostras devem ser transportadas a laboratórios situados em outros países para que a análise seja feita", indicou. "Isso provocaria não apenas grandes gastos, mas também atrasos. E, por consequência, o serviço oferecido aos atletas íntegros será medíocre", alertou.

Na Copa do Mundo de 2014, a Fifa foi obrigada a transportar cada uma das amostras de testes do Brasil para um laboratório em Lausanne. Com relação aos Jogos do Rio, porém, um dos principais temas será a credibilidade dos teste diante das revelações da Wada sobre a organização liderada pelo estado russo para camuflar casos de doping em seus atletas.

Decreto - Na semana passada, em Lausanne, o Comitê Rio-2016 garantiu aos membros do COI que a questão seria "resolvida". Três dias antes do prazo acabar, a presidente Dilma Rousseff pretende assinar um decreto presidencial aprovando as novas leis e que estabelecem, entre outras coisas, um tribunal exclusivo para casos de doping no esporte. Carlos Arthur Nuzman, presidente do grupo organizador, garantiu que "tudo estará pronto". O decreto, portanto, evita que Dilma tenha de submeter a lei à aprovação do Congresso antes dos Jogos.

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