Destaques do vôlei de praia brasileiro na década de 1990, os pernambucanos Roberto Moreira e Eduardo Garrido representaram o Brasil no torneio exibição da modalidade nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992, antes da oficialização do esporte no programa de Atlanta-1996. Passados 24 anos, Garrido vive a expectativa de participar novamente do maior evento poliesportivo do mundo. Não mais na condição de atleta, mas como o treinador do Chile. No último domingo, o pernambucano realizou a façanha de levar o vôlei de praia do país, pela primeira vez, a uma Olimpíada, com Esteban Grimalt e Marco Grimalt, que venceram Copa Continental.
Apenas os campeões do torneio realizado em Santiago (CHI) garantiriam a vaga nos Jogos Olímpicos do Rio, a partir de 5 de agosto. Na decisão, os primos chilenos superaram os venezuelanos Trigito e Peter por 2 sets 0, com parciais de 27/25 e 21/19.
Depois de participar de todo o processo que ajudou o vôlei de praia a se tornar um esporte olímpico, Garrido e Moreira tentaram obter classificação para Atlanta-1996, mas não obtiveram êxito. “Fomos medalha de prata no torneio exibição dos Jogos de Barcelona-1992 (eles fizeram a final contra os norte-americanos Smith e Stokl). Mas esse processo de transformar o vôlei de praia em esporte olímpico foi meio esquecido, retirado da história e nossos nomes foram junto, o meu e o de Moreira. Mas esse sonho de voltar aos Jogos sempre esteve na minha mente e, por sorte ou destino, consegui realizá-lo logo na edição Rio, onde praticamente todo o processo para tornar o nosso esporte olímpico se iniciou”, declarou Garrido.
O pernambucano assumiu a coordenação técnica da modalidade no Chile em 2013. Quando Garrido chegou, Esteban Grimalt e Marco Grimalt ocupavam a 132º posição no ranking mundial. Atualmente, a dupla olímpica do Chile é a número 22 do mundo. “É um orgulho poder estar representando esse projeto, mas mais importante é saber que vou estar levando a bandeira do meu Estado no coração, além de todos que amam o vôlei de praia. E, acima de tudo, minha família. Também estou torcendo muito para que o meu irmão (o ex-jogador Adriano Francismar) consiga classificar a sua equipe”, disse Garrido.
Assim como o irmão Garrido, Francismar também assumiu o projeto do vôlei de praia de um país sul-americano. Desde 2014, ele trabalha para desenvolver a modalidade no Paraguai. Durante a Copa Continental, sua dupla Felipo/Michelle encerrou o torneio feminino com a terceira colocação. Agora, o pernambucano vai tentar classificar a sua parceria na repescagem mundial, que acontece daqui a duas semanas, na Rússia. “O caminho ficou mais difícil, mas continuamos na luta. Estou muito feliz por Garrido, ele está de parabéns”, afirmou.