Ainda faltam cinco cortes para o técnico José Roberto Guimarães chegar às 12 atletas da seleção brasileira feminina de vôlei que vão lutar pelo tricampeonato nos Jogos Olímpicos do Rio, a partir de 5 de agosto. Ainda assim, as pernambucanas Jaqueline Carvalho e Dani Lins estão praticamente garantidas. Outra atleta do Estado que tem nome dado como certo em sua seleção é a goleira Bárbara Micheline. Integrante da equipe nacional permanente de futebol feminino desde o começo do projeto da CBF, no ano passado, a pernambucana se dedica a defender a meta canarinha há 12 anos.
Do trio, a mais experiente e bem-sucedida quando o assumo é Olimpíada é a ponteira-passadora Jaqueline Carvalho. No currículo, ela tem o ouro nos Jogos de Pequim-2008 e de Londres-2012. Quando Zé Roberto divulgou a lista preliminar para a Olimpíada, no dia 4 de abril, Jaque vibrou como uma estreante. “Muito feliz pela convocação! Um novo momento em minha vida e um ano importante para a nossa seleção... Muito motivada e cheia de vontade! Obrigada pela confiança de toda comissão técnica”, escreveu a atleta em suas redes sociais.
A felicidade, provavelmente, esteve ligada ao vasto histórico de complicações médicas da pernambucana desde que se profissionalizou. Jaque já passou por duas cirurgias no joelho, teve trombose em um dos dedos da mão, fraturou a cervical e, mesmo depois da convocação preliminar para os Jogos do Rio ser anunciada, ainda lutava para se recuperar de uma pneumonia que a acometeu no fim do ano passado.
Durante a fase classificatória do Grand Prix, no mês passado, a pernambucana foi poupada da maioria das partidas, mas permaneceu com o grupo. Na fase final da competição (de quinta-feira a domingo), é provável que Jaque volte ao posto de principal ponteira-passadora do Brasil. Além de decisiva no ataque, ela também é fundamental para assegurar o volume de jogo da seleção, graças à habilidade para passar e defender.
A conterrânea e companheira de equipe Dani Lins, por sua vez, esteve em quadra em todas as partidas do Grand Prix e também é essencial para o Brasil chegar ao tricampeonato olímpico. Dona de uma visão de quadra privilegiada e de grande precisão, a levantadora é a jogadora de confiança de José Roberto Guimarães. Dani conquistou esse posto durante os Jogos de Londres. Antes contestada, ela foi considerada pelo próprio treinador a melhor levantadora do evento no qual o Brasil conquistou o seu segundo ouro olímpico.
A goleira Bárbara, por sua vez, foi prata em Pequim-2008 e viu o Brasil amargar um sexto lugar em Londres-2012. Para tentar fazer as mulheres conquistarem o título que nem o futebol masculino do Brasil conseguiu, a CBF resolveu apostar em um projeto ousado. Desde o início do ano passado, formou a seleção brasileira feminina permanente. Com isso, muitas jogadoras deixaram seus clubes e passaram a ser remuneradas pela entidade para se dedicarem à seleção.
“Às vezes, uma medalha de prata, um quase, não é suficiente quando falamos de futebol feminino. Eu acho que esse foi o ciclo em que a gente se preparou mais, um ano em que a gente tem de ir com tudo, pois estaremos dentro de casa. Acho que tudo vai dar certo”, comentou.