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Características emocionais podem ter levado um maior número de mulheres do Estado aos Jogos Olímpicos

Pernambuco vai ter 13 mulheres no Rio e apenas dois homens

Luana Ponsoni
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Luana Ponsoni
Publicado em 17/07/2016 às 9:41
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Pernambuco vai ter 13 mulheres no Rio e apenas dois homens - FOTO: Divulgação
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Partindo para uma análise geral, fisiologicamente, a mulher fica em desvantagem no esporte quando tem suas características comparadas às do homem. Em contrapartida, sobrepõe-se na questão emocional e, dentro da realidade enfrentada pelas modalidades olímpicas do Estado – sem investimento e estrutura deficiente – esse é o motivo que provavelmente tenha levado um número superior de pernambucanas aos Jogos Olímpicos.

Se dependesse apenas de aspectos fisiológicos, os homens do Estado certamente seriam maioria na Olimpíada do Rio. O corpo masculino produz mais glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte do oxigênio para os músculos e demais tecidos. Também tem mais massa muscular, porque secreta uma quantidade maior de testosterona, o que o diferencia em habilidades como resistência e força. 

Um dos poucos quesitos nos quais a mulher leva vantagem fisiológica é na flexibilidade. Por esse motivo, é tão difícil falar em igualdade, em termos de rendimento, entre os dois gêneros no esporte.

Coincidência ou não, quase todos as atletas olímpicas do Estado têm histórias permeadas por dificuldades. Não só no que diz respeito à falta de valorização dos esportes em Pernambuco, mas no quesito pessoal. Samira Rocha, do handebol, por exemplo, vendia balas no sinal para ter as passagens de ônibus que a levaram aos treinos no Clube Português. Jaqueline Carvalho, do vôlei, cresceu sem a presença do pai, com a mãe, Joseane, enfrentando muitas dificuldades para criar ela e a irmã. Já Cisiane Dutra, da marcha atlética, precisava levar a merenda da escola para casa para complementar as refeições do dia.

“Em nosso contexto social, as mulheres tendem a refletir mais sobre si, a pensarem em suas atitudes, as decisões tomadas. Tudo isso são formas de autoconhecimento e, sem dúvida, esse ganho é levado para todos os aspectos da vida. A autoanálise as salva em momentos decisivos e de adversidade”, comentou a psicóloga clínica Elaine Cristina.

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