OLIMPÍADAS

"Seleção masculina de vôlei precisa deixar a pressão de lado", Nalbert

Campeão olímpico em Atenas, em 2004, ex-ponteiro acredita que ouro virá no Rio de Janeiro

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Filipe Farias
Filipe Farias
FILIPE FARIAS
Publicado em 18/07/2016 às 8:33
Foto: Filipe Farias/ Especial para o JC
Campeão olímpico em Atenas, em 2004, ex-ponteiro acredita que ouro virá no Rio de Janeiro - FOTO: Foto: Filipe Farias/ Especial para o JC
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RIO DE JANEIRO (RJ) – Ouro nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, com a seleção brasileira masculina de vôlei, o ex-ponteiro Nalbert está confiante que o Brasil consiga subir no lugar mais alto do pódio nos Jogos do Rio. Porém, para isso, ele espera que os brasileiros não sintam a pressão de jogar em casa e que possam se inspirar em equipes campeãs em outros esportes.

“Precisamos acabar com essa questão de só analisar pelo lado da pressão. Temos de usar os exemplos recentes dos outros esportes, como aconteceu com o Cleveland Cavaliers ao virar uma série que ninguém nunca tinha conseguido virar antes na NBA – em cima dos atuais campeões, o Golden State Warrios, na casa deles”, exemplificou Nalbert, que também utilizou o futebol para motivar os atletas brasileiros. “A seleção de Portugal conquistou o primeiro título da Eurocopa, diante da França, em Paris. Então, temos de quebrar esse tabu, porque os últimos resultados em competições importantes aqui no País não foram bons. É preciso aproveitar todo esse clima olímpico e essa energia positiva do torcedor brasileiro em benefício de nossa seleção”, contou.

Ao contrário de edições anteriores, Nalbert afirma que não haverá um grande favorito a conquista da medalha dourada nos Jogos do Rio. Para ele, seis seleções chegam com condições de faturar a medalha de ouro. 

“Pela primeira vez, depois de muitas edições olímpicas, a gente não vai ter uma seleção favorita... Aquele grande time que todo mundo aposta que vá ganhar a medalha de ouro. A princípio, eu vejo Brasil, Estados Unidos, Itália, Polônia, Rússia e França com possibilidade real de vencer, porque em algum momento nesse ciclo olímpico eles chegaram no topo”, falou o ex-ponteiro.

Segundo o ex-atleta, a fase final da Liga Mundial – que iniciou na semana passada – vai apontar as equipes que vão chegar mais fortes no Rio de Janeiro, e deve servir de prévia para os Jogos Olímpicos.

NOVO CICLO

Integrante de uma das gerações mais vitoriosas do vôlei mundial, Nalbert afirma que dificilmente outra seleção conseguirá repetir os mesmos feitos, mas acredita que os atuais jogadores comandados por Bernardinho estão no caminho certo para construírem uma nova história.

“O esporte de alto rendimento vive ciclos. Acho que, sem arrogância, é praticamente impossível uma seleção fazer o que fizemos, porque ganhamos muito durante muito tempo. Porém, mesmo essa geração não ganhando tantas competições importantes, tem se mantido entre as melhores seleções do mundo, sempre beliscando o pódio”, opinou o ex-capitão da seleção brasileira, ressaltando que chegou a hora da atual geração dar um passo a frente e conquistar um título importante. “Talvez o que esteja incomodando é o fato de o Brasil sempre estar chegando em segundo: nos Jogos Olímpicos de Londres e Pequim, e no Mundial da Polônia. Então, chegou a hora dessa seleção dar um salto e subir um degrau a mais nessas Olimpíadas”, contou.

* Viajou a convite da Coca-Cola.

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