Em uma nova onda de testes de amostras de atletas que estiveram nos Jogos de 2008 e 2012, o Comitê Olímpico Internacional (COI) descobriu mais 45 casos de doping e anunciou que esses esportistas poderão ficar de fora do Rio-2016. Em uma ofensiva para tentar garantir Jogos "limpos", a entidade já abriu procedimentos contra um total de 98 atletas que potencialmente poderiam estar na Olimpíada, em agosto.
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Mergulhado em sua maior crise de doping, o COI tomará no domingo uma decisão se exclui ou não toda a delegação russa do evento no Brasil. Mas, de forma paralela, a entidade havia ordenado que todas as amostras de sangue e urina guardadas desde Pequim-2008 fossem reavaliadas. Os testes são mantidos por dez anos, justamente para permitir que o desenvolvimento de novas tecnologias possam detectar, anos depois das provas, se um atleta competiu dopado.
As conclusões anunciadas nesta sexta-feira apontam para mais 30 atletas pegos por doping no evento de 2008 e outros 15 em Londres. Nem as nacionalidades e nem as modalidades foram reveladas, enquanto a investigação é conduzida.
No total, 1,2 mil amostras de 2008 e 2012 foram reavaliadas até agora. Uma primeira onda de testes foram realizados no mês passado, com mais de 700 casos - 53 foram pegos. Agora, foram mais de 500 testes e 45 identificados como suspeitos.
Os novos testes se focaram principalmente em atletas que ganharam medalhas. Dos 30 casos suspeitos em Pequim, 23 eram medalhistas em quatro modalidades diferentes. Oito países estariam envolvidos. Sobre 2012, 15 atletas foram pegos nos novos testes, competindo em dois esportes. Nove países foram implicados.
Segundo o COI, processos contra esses atletas serão abertos e todos aqueles que violaram as regras antidoping "serão banidos do Rio". A entidade voltou a insistir que proteger atletas limpos é "sua maior prioridade".
"Usando a análise científica mais avançada, os testes de amostras guardadas de 2008 e 2012 ocorreram depois da coleta de inteligência", disse o COI. "Os testes, uma vez mais, mostram o compromisso do COI na luta contra o doping", declarou o presidente da entidade, Thomas Bach.