Pioneirismo

Medalhas que transformaram o vôlei de praia do Brasil completam 20 anos

Medalhas foram conquistadas por Jaqueline/Sandra e Mônica/Adriana

Luana Ponsoni
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Luana Ponsoni
Publicado em 27/07/2016 às 13:00
Arquivo/CBV
Medalhas foram conquistadas por Jaqueline/Sandra e Mônica/Adriana - FOTO: Arquivo/CBV
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O ouro de Jaqueline/Sandra e a prata de Mônica/Adriana nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996 completam 20 anos nesta quarta-feira (27). As conquistas significaram mais que as primeiras medalhas de mulheres brasileiras nos Jogos Olímpicos. Após duas décadas, é possível dizer que representaram um passo em busca da igualdade de gêneros no esporte, do fortalecimento e profissionalização do vôlei de praia, do orgulho e da autoafirmação das mulheres brasileiras.

A primeira medalha, que se tornariam ‘as primeiras’, com a dobradinha verde e amarela, veio com a vitória por 2 sets a 0 (12/11, 12/6) na primeira edição em que o vôlei de praia esteve presente no programa olímpico. Mas, entre o ouro colocado no peito e a noção do tamanho do feito realizado, Sandra Pires, a época com apenas 23 anos, revela que a ficha demorou a cair. 

"Não tínhamos internet, celular também ainda era muito raro. Então a ficha só começou a cair no avião, na volta ao Brasil. E quando desembarcamos. As mulheres corriam junto do carro do Corpo de Bombeiros, abriam as portas dos carros, pulavam. Eu nunca tinha visto uma festa daquelas. Todos os brasileiros celebraram, mas era algo especial para as mulheres, era nossa vez, nosso momento de proporcionar orgulho", diz Sandra Pires.

Após Atlanta, o torneio olímpico passou a contar com o mesmo número de participantes, tanto no masculino quanto no feminino. Em muitos circuitos, como no brasileiro e internacional, as premiações aos atletas foram igualadas nos gêneros.

A prata em poucos esportes pode ter um gosto de ouro como no vôlei de praia. Ainda que tenham sido derrotadas na final, Adriana Samuel e Mônica Rodrigues saíram com sentimento de dever cumprido e ouvindo o hino nacional brasileiro no pódio.

"Sempre sonhei em jogar uma Olimpíada. Quando ainda jogava vôlei de quadra, acabei cortada pouco antes dos Jogos de Seul, então era como um sonho que eu havia perdido. Mas a vida surpreendeu, fui para o vôlei de praia e ele se tornou olímpico. Só de estar presente, já foi uma emoção incrível. E foi uma prata com gosto de ouro. Em pouquíssimos esportes é possível ouvir o hino mesmo ficando com a prata. Demos nosso máximo, fizemos nosso melhor. Foi uma prata com gosto de ouro", destacou Adriana Samuel.

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