A velocista Ana Cláudia Lemos deu, nesta quarta-feira (3), a sua primeira entrevista após ter sido flagrada no antidoping. Ao canal SporTV, ela revelou que teve dificuldade de lidar com a falta de apoio em diversos setores de sua vida. Mas garantiu já ter superado o assunto.
“Minha primeira atitude foi procurar o clube, contar minha versão. Quando vi, todo mundo já sabia. A informação vazou. Pelo código, teria sigilo até a contraprova B, isso não aconteceu. Mas entendo pelo nome que tenho no Brasil, são coisas que acontecem. Respondi, paguei por uma coisa que eu não fiz, mas aprendo como ser humano, aqui acaba toda essa dor que passei e agora é vida nova”, contou Ana Claudia, um dos nomes mais importantes do atletismo brasileiro.
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A atleta teve o doping confirmado em março deste ano e foi suspensa por cinco meses pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Recentemente, a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) decidiu por não recorrer da punição, o que permitiu que a velocista participasse dos Jogos Olímpicos.
A recordista sul-americana dos 200m rasos afirmou que os momentos mais difíceis de sua punição foram os de abandono. “Quando olhava no celular, queria apoio, conversar com amigos, e não tinha. Tinha só meu noivo, minha mãe, meu treinador – e ainda assim ele é mais fechado”, revelou.
Logo após a confirmação, Ana Claudia chegou a ser dispensada por seu clube, o BM&FBOVESPA/São Caetano. “Foi difícil. Recebi apoio de pessoas bem distantes, colegas que achava que nem acompanhavam minha carreira, mas senti muito a falta de amigos. Olhava na agenda, tinha 100 contatos, mas para ligar, conversar, brincar, não tinha”, acrescentou.
De volta às pistas de atletismo, Ana volta a ser uma das grandes expectativas de bons resultados para o atletismo do Brasil na Olimpíada. No Rio, a velocista irá correr os 100m, 200m e revezamento 4x100m livres.
“Agora é correr o revezamento, me divertir com as meninas e continuar o trabalho sério”, completou.
