Jogo de xadrez com gigantes. É assim que muitos definem o futebol americano. No Recife, o esporte vem se desenvolvendo e conquistando cada vez mais público. Para o progresso da modalidade na capital pernambucana, a presença de jogadores norte-americanos nas equipes tem sido um fator fundamental, tanto dentro como fora dos gramados.
O Recife Mariners, principal equipe de futebol americano de Pernambuco, desde 2014 tem pelo menos um jogador dos Estados Unidos no elenco. De acordo com o treinador Lucas David, a contribuição dos atletas americanos com o esporte local vai além do aporte dentro de campo. “A evolução técnica do time antes e depois deles é notória, a curva de aprendizagem dos jogadores brasileiros acentuou de uma forma completamente diferente do que a gente já tinha visto”, afirmou Lucas.
Agora em agosto, Jake Schimenz será mais um jogador norte-americano a vestir a camisa do Mariners. O atleta chamou atenção neste ano jogando pelo Tomahawk, de Limeira. Antes da contratação, o clube procurou saber como ele podia contribuir com o time e com o desenvolvimento de outros jogadores. “A gente nunca procura um atleta só para jogar. Não adianta ele ter o melhor compacto de lances se não vai contribuir com o programa, porque óbvio que a gente quer ganhar jogos, mas acima disso queremos evoluir o futebol americano”, comentou o treinador.
Assim como o Mariners, o Recife Vikings aposta na filosofia norte-americana para subir de patamar no esporte. Três jogadores dos Estados Unidos, além de um treinador, reforçam o time que disputa pela primeira vez a Liga Nordestina de Futebol Americano. “Tanto o técnico quanto os jogadores americanos têm influência na preparação e no trabalho de reformular a mentalidade do atleta nacional”, destaca o técnico Emerson Veloso.
Joc Crawford é um dos reforços do Recife Vikings para a atual temporada. Este é o quarto ano do atleta no Brasil. O jogador Filipe Franco conheceu Joc em 2015, quando atuavam juntos em Santos. De acordo com o brasileiro, a relação com o norte-americano impulsionou o seu desenvolvimento no esporte. “Pessoalmente eu cheguei e pedi para ele me ajudar dentro do esporte, a gente treinava todos os dias, eu tive uma melhora muito grande em relação ao meu desenvolvimento dentro de campo”, comentou.
A metodologia de jogo simples e objetiva é a forma como o coach Joe Daniels encontrou em seu primeiro ano no País para passar os conhecimentos aos jogadores brasileiros. “Parte do que é ensinar futebol americano basicamente é demonstração física, então eu me aproveito desse fato para poder passar o que tenho para os jogadores”, explicou.
A pouca popularidade no Brasil, contudo, faz com que os times nacionais encontrem dificuldades para evoluir. Por isso, o contato com os estrangeiros precisa ser constante.