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As lições do multicampeão Bernardinho

Técnico esteve no Recife para uma palestra

Karoline Albuquerque
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Karoline Albuquerque
Publicado em 26/09/2019 às 8:50
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Técnico esteve no Recife para uma palestra - FOTO: Foto: Divulgação
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O que uma medalha olímpica para o Brasil muda na vida em sociedade de quem não competiu por ela? Esse é um dos questionamentos do multicampeão Bernardinho, técnico do Sesc Rio, time da Superliga Feminina de Vôlei. No Recife para uma palestra na Universidade Estácio, o treinador avaliou a importância do crescimento do País como potência olímpica para a rotina de quem não disputou os jogos.

“Minha pergunta é o seguinte: se o Brasil ganhar mais três medalhas de ouro na Olimpíada, o que muda no Brasil? Nada. O Brasil se tornará uma potência na educação, no esporte? Não, são só mais três medalhas. A questão é como fazer disso uma prática, uma ferramenta bacana de formação de gente, um legado maior”, explicou Bernardinho.

Na opinião do campeão olímpico, o esporte precisa ser usado para trabalhar não só a saúde, por se tratar de uma atividade física, mas também para trabalhar valores com os jovens. Bernardinho enxerga na prática esportiva uma forma de evitar, por exemplo, a evasão escolar, melhorando assim índices de educação. Para isso, é preciso contemplar o esporte politicamente. Afinal, pais que não têm condições financeiras de bancar uma escolinha, dificilmente têm filhos com acesso às modalidades.

“Oferecem esporte e artes, mas, vou falar da minha área, para um garoto que vai querer (praticar), ele tem que estar na escola. Uma política em que o esporte seja contemplado. Os pais querem que o filho pratique esporte. Não precisa ser um campeão. Praticar para ter disciplina, saúde. Essa é minha preocupação. O esporte como projeto”, emendou.

Enquanto ainda não vê esse uso para as modalidades, o técnico se preocupa também com o desempenho das equipes nacionais. Para as seleções feminina e masculina na quadra, Bernardinho acredita em boas chances de medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Mas, o de praia é algo que merece alerta. Ele afirma que o vôlei praticado na areia tem mostrado fragilidade de resultados recentemente.

“A gente precisa organizar um pouco mais, programar um pouco mais o desenvolvimento do treinamento, o intercâmbio. A crise do País também afetou um pouco o esporte. Problema de orçamento para gerar mais intercâmbio no sentido de poder viajar mais. O não crescimento de patrocínios gerou um pouco disso. Mas falta um pouco de um projeto nacional com visão olímpica mais clara, no caso do vôlei de praia”, completou.

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