Uma mudança da água para o vinho. Essa é a expressão que descreve o Santa Cruz na Era Marcelo Martelotte. Quando assumiu o comando do tricolor, no dia 15 de junho, o time penava na zona de rebaixamento da Série B, na 18ª colocação, com apenas cinco pontos em sete jogos na Era Ricardinho (23,8% de aproveitamento). Sua reestreia pelo clube foi contra o Ceará pela 8ª rodada e, apesar de ter sido um bom jogo, acabou cedendo o 3x3, na Arena Castelão, no minuto final. Hoje, após 20 jogos na Série B (ou quase 100 dias) à frente do Santa, o panorama da equipe na tabela de classificação é muito melhor.
Nessas 20 rodadas sob o comando de Martelotte, o Santa Cruz conquistou 12 vitórias, 3 empates e 5 derrotas. Um aproveitamento de 65%. O que fez com que o time saísse da zona da degola para estar, atualmente, na quinta posição, na briga por uma das vagas no Brasileirão de 2016.
Para se ter uma noção do crescimento da equipe, quando se calcula a pontuação a partir da 8ª rodada, o tricolor ocupa a liderança isolada dessa lista virtual, com 39 pontos, seis a mais que Botafogo e Vitória, na ordem, 2º e 3º lugares (no período de 20 jogos). Com Martelotte, o time agora tem o segundo melhor rendimento como mandante, com 80,9%, atrás só do Sampaio Corrêa (82%), rival do próximo sábado, em São Luís.
“Se pegar esse percentual de pontos ganhos após a chegada de Martelotte (65%) e projetá-lo até o final da competição, o Santa subiria. Mas futebol não é ciência exata. E, além das questões técnica e tática, que estão crescendo, há o fator financeiro. Isso pode pesar na definição de quem conseguirá o acesso”, opinou Carlyle Paes Barreto, colunista do JC.
O editor do Blog do Torcedor, Álvaro Filho, fala dos desafios do treinador nesta reta final de competição. “Marcelo Martelotte é parte integrante da recuperação do Santa Cruz e não se pode falar numa coisa sem mencionar a outra. O desafio dele é manter o foco na parte final da competição e evitar a sensação, tanto no elenco quanto nele, de que tudo está indo tão bem que grupo e treinador não erram e são imunes a erros”, disse.
Caso Martelotte mantenha o rendimento de 65% até o fim da Série B, o Santa chegaria ao final entre 65 e 66 pontos, índice superior a 99,7% de probabilidade de acesso, segundo o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De acordo com o site Chance de Gol, o Santa tem 39,1% de probabilidade de subir, também na 5ª posição. A possibilidade de título é de 1,9%. Já o risco de queda é quase nulo.
