Os traços são europeus, o sotaque já virou nordestino, mas o nascimento foi mesmo em Vila Velha, no Espírito Santo. Esse é Rafael Berger, conhecido como Alemão, capixaba de sangue e já pernambucano de coração. Hoje, o zagueiro ainda é do Santa Cruz visto que tem contrato até o dia 30 deste mês. E se depender dele, vai continuar defendendo o tricolor em 2016 e por muitos anos, tamanha a identificação que diz ter com o time e com a torcida. A recíproca também é verdadeira. O xerife se impôs e ganhou respeito nas Repúblicas Independentes do Arruda.
Desde 2010, quando jogou pela primeira vez no Nordeste, no Campinense-PB, ele se identificou com a Região. Depois disso, atuou pelo Salgueiro e Náutico, em Pernambuco. Estado que o “germânico” cada vez mais arretado adotou e não pretende deixar. “Desde 2010, quando conheci o Nordeste me identifiquei. Estou bem adaptado com a comida e a cultura. Já passei a pegar o sotaque. Quando vou para o Espírito Santo, o pessoal até brinca, mas não tenho vergonha. É uma região que aprendi a amar e respeitar”, afirmou.
A ligação com o Nordeste ficou ainda mais estreita quando ele se casou e teve o primeiro filho em Campina Grande, na Paraíba. O segundo herdeiro, uma menina também será campinense.
A última lembrança esportiva da Região, no entanto, não havia sido boa. Ele teve uma passagem pelo Vitória em 2014, mas não conseguiu se firmar no clube, que depois caiu para a Série B. Até que no dia 24 de setembro daquele ano deu um novo rumo à carreira quando acertou com o tricolor do Arruda. “É um clube que me resgatou no futebol pela passagem um pouco apagada que tive no Vitória. Então devo muito ao Santa Cruz”, garantiu.
O clube também deve a ele. Nessa reta final, ele deu mais solidez ao setor e ajudou no acesso do time à Série A. Alemão disse que já recebeu sondagens nos últimos dias de alguns clubes como CRB e XV de Piracicaba-SP, mas reiterou a vontade de permanecer no tricolor. “Até agora não recebi proposta nenhuma do Santa Cruz. Claro que se tiver vou analisá-la. Tenho vontade de ficar. É um grupo com o qual me adaptei bastante. Em um ano e três meses, fui muito feliz aqui e espero dar continuidade”, disse o zagueiro, de 29 anos.
