O Santa Cruz tem passado por uma grande instabilidade ofensiva nesta temporada. O setor de criação é bastante criticado, pelas poucas oportunidades que a equipe tem nos jogos, a partir de bola trabalhada. Em 2019, o Tricolor disputou 22 partidas. Destas, em apenas seis marcou dois ou mais gols. Pipico, artilheiro coral no ano com seis gols marcados, está há quatro duelos sem fazer gol. Sendo o jogador de referência no ataque, ele precisa ser municiado pelo time para colocar a bola nas redes. Entretanto, ele tem tido poucas chances claras de gol e tem saído demais da área para buscar jogo.
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A “solução” cobrada pelo torcedor é a chegada de um meia para municiar e fazer o futebol do Santa Cruz crescer novamente. Questão que o Tricolor tem buscado desde o começo da temporada. Porém, a dificuldade financeira da equipe, aliada aos momentos decisivos dos estaduais pelo país - em que vários jogadores ficam evidenciados - e forte concorrência, têm contribuído para a demora na contratação.
“Assim como o torcedor quer, eu quero, a direção deseja, todos nós queremos. O problema é que enfrentamos muitas dificuldades. Os estaduais estão acabando, as opções surgem. Mas aparecem opções que logo chega outro clube e dobra a proposta”, comentou o técnico Leston Júnior.
OPÇÕES DA CASA
No elenco tricolor, o titular da posição é Allan Dias. Com quatro tentos marcados, ele é um dos jogadores mais importantes do grupo do Santa Cruz. Apesar de não ser um meia de origem, tem atuado naquela posição desde que chegou. Entretanto, vivendo má fase, ele tem convivido com a pressão pelas atuações ruins e pelo pênalti perdido nas quartas de final do Campeonato Pernambucano, onde o Mais Querido caiu para o Afogados. Mesmo assim, ele conta com a confiança do treinador e tem sido utilizado sempre como titular. No duelo contra o CRB, bateu o oitavo pênalti coral e comemorou bastante, sendo também muito celebrado pelos companheiros.
Junto a ele, o Santa Cruz conta com Luiz Felipe e Patrick Vieira para a posição. O primeiro é um dos atletas que mais entrou em campo com a camisa coral no ano, sendo acionado várias vezes no segundo tempo das partidas. Ao todo, atuou em 19 jogos, ora na meia, ora como ponta, e em 10 delas começou no banco de reservas. Patrick Vieira atuou em quatro confrontos pelo Tricolor. Em apenas um jogou na meia de armação, diante do Confiança, em que foi bastante criticado. Os dois atletas são opções que ainda não vingaram e fazem com que a busca pelo “camisa 10” siga intensificada pelo clube. E mesmo assim, o Mais Querido busca manter a cautela para não errar nesta contratação, tanto pelo atleta, quanto pelas finanças.
“Antigamente o Santa contratava e não conseguia pagar. Hoje o pensamento é diferente. Além disso, precisamos de um jogador que chegue para contribuir, acrescentar. Não tem ninguém acomodado. Estamos buscando esse jogador. Agora, volto a repetir, estamos passando por dificuldades orçamentárias e o clube está certo. Para se reconstruir, tem que começar assim mesmo”, concluiu Leston Júnior.