INDÍGENA

A volta do guerreiro Rogério

A tribo Xucuru, de Pesqueira, comemorou o retorno do atacante

Leonardo Vasconcelos
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Leonardo Vasconcelos
Publicado em 24/06/2016 às 9:30
Luana Cruz / Divulgação
FOTO: Luana Cruz / Divulgação
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O bom índio a casa torna. A notícia do retorno a Pernambuco do atacante Rogério (ex-Náutico, Porto e Central), contratado por empréstimo do São Paulo pelo Sport, foi comemorada não só pela torcida rubro-negra, mas também de uma forma especial pela tribo Xucuru que vive na Serra do Ororubá, em Pesqueira, no Agreste do Estado, a 213 km do Recife. Foi lá onde o jogador nasceu e deu os primeiros chutes que, certeiros tal qual uma flecha, o levaram a atingir o sucesso na carreira.

Luana Cruz / Divulgação
O FUTEBOL NA TRIBO XUCURU - Luana Cruz / Divulgação
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O FUTEBOL NA TRIBO XUCURU - Luana Cruz / Divulgação

“Foi com imensa satisfação que recebemos aqui no território Xucuru a notícia da volta do nosso guerreiro Rogerinho que vai integrar a equipe do Sport, onde tenho certeza que vai fazer um belo trabalho, assim como tem feito nos clubes que tem passado. Para a gente fica bem melhor acompanhá-lo agora que está mais próximo. Assim ele também terá mais tempo para vir aqui nos visitar. Esperamos que ele possa representar bem o nosso povo. É muito bom saber da volta dele a Pernambuco para defender um clube tão importante como o Sport”, afirmou o Marcos Luidson de Araújo, o Cacique Marquinhos.

O tio de Rogério, José Severino de Melo, destacou a satisfação em poder ver o sobrinho novamente defendendo um time pernambucano. “A volta de Rogério é algo que nos deixa muito feliz enquanto povo Xucuru, pela representatividade que ele está dando ao Sport e ao povo indígena”, disse José Severino, lembrando que, quando não tinha bola, o sobrinho fazia bolinhas de meia para matar a “secura” de futebol.

Rogério faz questão de destacar sua origem indígena. “Lembrança inesquecível para mim de onde eu comecei, os amigos que eu deixei lá. É um orgulho grande. Tudo isso vem na cabeça quando a gente está dentro de campo. Quero crescer mais ainda e levar o nome da aldeia pra onde for”, afirmou o atacante em uma entrevista para o JC em 2014, em uma reportagem sobre a tribo (assista a reportagem).

Na ocasião, o atleta rememorou que muito antes de dar bicicletas dentro de campo teve que usar bastante o meio de transporte. “Pedalava uns 18 quilômetros todos os dias. Nove quilômetros para ir para os treinos e mais nove para voltar. Serra descendo e subindo. Algumas pessoas me diziam para desistir, que não tinha como eu chegar onde sonhava. Mas eu respondia que só ia parar um dia quando eu sentisse que não dava mais. Enquanto eu puder e estiver vivo eu vou tentar. É o símbolo de lá: ser guerreiro! E eu nunca desisti”, disse Rogério.

A paixão pelo futebol é grande na tribo que uma vez por ano promove o Campeonato Xucuru envolvendo as 24 aldeias. “Todo final de semana, esses jovens de hoje fazem uma peladinha. Quase toda aldeia tem um campinho, aí é só juntar as comunidades e fazer os times”, disse um dos líderes da tribo, José Wanderley da Paz, de 60 anos, que afirmou ainda ter fôlego: “Se aparecer uma oportunidade para fazer um time de velho, eu ainda vou jogar bola”.


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