Após dois empates consecutivos na Segundona - ambos sofrendo gols na reta final da partida -, uma dúvida ficou no ar: o Sport tem um elenco com o DNA da Série B? O questionamento passou a ser levantado após o time rubro-negro não conseguir mostrar nessas dez primeiras rodadas da competição um espírito mais aguerrido, com mais raça e força na marcação, características das equipes que obtêm sucesso na Segunda Divisão.
“Nosso time é mais técnico. E, quando os jogadores têm mais qualidade técnica, às vezes, essa garra diminui um pouco. Quando se é técnico você acaba confiando nessa qualidade técnica. Mas sabemos que Série B é um campeonato diferente, que exige mais força e temos de nos adaptar, pois é marcação o tempo todo. O jogador adversário a toda hora está no seu pé. Então é incorporar o espírito da Série B e unir com a técnica que o nosso grupo tem, que vamos decolar na competição”, comentou o lateral-direito Norberto, reconhecendo que o Sport precisa entregar mais determinação em campo.
O próprio Guto Ferreira também destacou que o perfil da maioria dos seus comandados foge completamente do que costumeiramente se vê na Série B. “Temos características diferentes da Série B. Nosso time é mais leve, já a Segundona é mais forte. Temos de compensar essa situação. O mais importante é que mesmo com uma equipe mais leve conseguimos jogar bem ofensivamente e defensivamente. Não estamos ganhando sempre, mas também não estamos perdendo sempre. Só que não adianta só empatar. Temos de passar a ganhar em sequência. Mesmo ainda não chegando nesse estágio, estamos brigando na parte de cima, o que é um alento grande. Em algum momento vamos atingir e embalar as vitórias. Dar essa arrancada importante e não fazer uma corrida de recuperação (para entrar no G-4)”, comentou o treinador leonino.
Um time a se inspirar, segundo Guto, é o Paraná, adversário do Sport logo após o duelo contra o Brasil de Pelotas. “Precisamos ajustar alguns detalhes e fazer como o Paraná, que conseguiu fazer uma sequência de quatro jogos com vitórias. Isso é de suma importância para nós, até para subir na tabela e abrir do bloco intermediário”, explicou Ferreira.
COBRANÇA
E essa cobrança para diminuir os vacilos em campo e conseguir engatar uma sequência vitoriosa já existe dentro do vestiário rubro-negro. “O vestiário depois do jogo contra o Cuiabá era de indignação total com eles mesmos. Os próprios atletas estão se cobrando e isso gera uma discussão sadia. Conversas, lideranças que surgem, cobranças internas entre eles e acaba gerando comportamentos. E, através desses comportamentos, é que esperamos não ter esses vacilos. Eu não queria errar nunca, mas a cada vez que não erro, eu também não cresço. O fortalecimento é oriundo do saber se levantar após a queda. A arte de saber se reerguer. E assim que vamos buscar fazer e minimizar cada vez os erros e fortalecer o nosso trabalho na busca pelos resultados”, falou Guto.
Se o Leão vem oscilando fora de casa e desperdiçando pontos preciosos na Série B, na Ilha do Retiro, a equipe rubro-negra tem mostrado mais regularidade e vem de três vitórias consecutivas como mandante (Londrina, Vitória e CRB). O que enche os jogadores de confiança para superar o Brasil de Pelotas, depois de amanhã, diante da torcida leonina.