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Oferta de apartamentos novos já decorados aumenta no mercado local

Do JC Online
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Publicado em 02/10/2014 às 8:50
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Com uma tendência maior em São Paulo, onde o mercado imobiliário mais competitivo enfrenta uma queda de 30% nas vendas e precisa se reinventar com mais urgência, a venda de apartamentos novos entregues com todos os itens de decoração ainda não deslanchou no Recife. Mas a redução na velocidade de vendas vem estimulando algumas construtoras a ofertar brindes que incluem a mobília de apartamentos em unidades remanescentes de lançamentos mais antigos. Os remanescentes são apartamentos vendidos mas que foram devolvidos pelos clientes por falta de condição de pagamento.

Um desses casos é o do Evolution, condomínio erguido ao lado do Shopping Recife pela Moura Dubeux. Atualmente ainda existem 22 unidades habitacionais para serem comercializadas, de um total de 500 de todo o empreendimento. Para atrair a clientela, a construtora tem três opções de ofertas. O cliente pode receber o imóvel todo legalizado, com o pagamento de laudêmio, ITBI, escritura e registro, que no final das contas exigem algo em torno de R$ 80 mil do comprador, que pode trocar esse benefício por vale compra de mesmo valor no Shopping Recife ou um kit de móveis planejados. Um apartamento no Evolution atualmente é comercializado pela empresa por R$ 1 milhão.

Apesar desse caso, o superintendente Comercial e de Marketing da MD, Tony Vasconcelos, diz que a venda de apartamentos já decorados ainda não faz parte da cultura da empresa. “O que temos são apartamentos modelos, preparados no ambiente em que ele vai ser utilizado. É muito comum o cliente chegar, gostar da decoração proposta e comprá-lo, como a gente diz, de porteira fechada, com tudo que tem dentro”, revela. “Em outros casos eu vendo a unidade e forneço ao cliente todo detalhamento, com preços e locais para seguir aquele pacote, que custou R$ 150 mil, R$ 200 mil”, diz.

Vasconcelos argumenta que ainda é difícil formatar a venda de apartamentos com decoração personalizada porque cada cliente tem seu gosto. “Não é viável oferecer cinco ou 10 pacotes desses, até porque o cliente tem arquiteto e faz adequação às suas necessidades”, comenta.

Já a Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário (QGDI) entrou de cabeça nesse novo nicho, já movimentando R$ 6 milhões no mercado de arquitetura apenas com a decoração e personalização nas unidades do Malawí, condomínio de luxo localizado em Muro Alto, em Ipojuca (leia mais sobre esse assunto na página dois). 

Daniel Carvalho, gerente comercial na área de prontos da imobiliária Direct confirma que ainda não há uma tendência pela personalização no mercado imobiliário do Recife. “Ainda é muito raro a construtora entregar o apartamento com armários e móveis. As personalizações que temos são opções de planta, troca de piso”, comenta.

Ele reconhece, no entanto, que sempre há cliente com interesse de comprar o apartamento todo decorado e, neste caso, uma alternativa é aproximá-lo dos fornecedores. “Ele compra por fora e receba os móveis. Em São Paulo já acontece a personalização total, porque o mercado lá está sempre uns seis meses a frente do nosso. Acredito que isso é falta de interesse, as construtoras não precisam para disso para vender”, acredita. 

Ele diz que a compra no sistema de porteira fechada, no entanto, acontece com mais frequência no mercado de imóveis usados. Na sua avaliação, vale muito a pena para o cliente. “O proprietário investe R$ 100 mil na decoração, mas na hora que vai vender não conseguirá reaver esse investimento. É igual a carro, quando você tira da loja perde o valor. Por isso, o comprador desse apartamento todo montado tem um ganho, pois poderá comprar o apartamento já todo decorado por um valor até 50% menor em relação aos móveis novos”, comenta. 

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