PAISAGISMO

Jardins verticais ganham espaço nos apartamentos

Alternativa é usada por aqueles que gostam do verde, mas não têm muito espaço

Leonardo Spinelli
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Leonardo Spinelli
Publicado em 09/10/2014 às 8:00
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Mais do que tendência de mercado, os jardins verticais passaram a ser uma necessidade para as pessoas que gostam de verde, mas moram em apartamentos pequenos, justamente por ocupar pouco espaço. Por isso mesmo, esse é um nicho do segmento de decoração que vem despontando na capital pernambucana.

Uma das principais empresas do setor é a Green Wall, que tem escritório no Recife e viu seus negócios crescerem vertiginosamente em 2014, quatro anos depois de começar a oferecer a solução.Principalmente porque a tendência dos jardins verticais passou a sair dos ambientes internos e agora também passa a ser cada vez mais comum em fachadas externas.

“O nosso negócio bombou este ano. Acredito que tem a questão da sustentabilidade. Mas também por nossa divulgação na internet, principalmente no Instagram, que dá muito feedback. Empresas também passaram a utilizar a solução em suas fachadas e isso chama atenção. O Arcádia Gourmet em Boa Viagem instalou o seu jardim vertical e muita gente para por lá para saber como fazer aquilo em casa”, diz a representante da Green Wall no Recife, Catarina Durães.

O arquiteto Alexandre Mesquita é um dos entusiastas dos jardins verdes no Recife e foi um dos primeiros a emplacar a ideia com o pessoal do restaurante Entre Amigos em Boa Viagem, há quatro anos. Ele diz que de lá para cá, a procura pela solução verde só fez aumentar. “Jardim vertical passou a ser uma necessidade. Os apartamento estão cada vez menores e na cidade praticamente não tem mais área verde urbana. Parede com parede é muita aridez. O jardim vertical quebra essa monotonia, dando sensação de natureza e acolhimento em qualquer ambiente”, comentou, salientando que a solução não é propícia para todo perfil de público. “Como estamos falando de plantas, as pessoas têm de dar carinho e cuidado, pois são seres vivos. Não é montar e dizer tchau. Tem manutenção e as pessoas têm de ter prazer nisso”, pondera.

O paisagista Marcelo Kozmhinsky foi um dos primeiros a trabalhar com os jardins verticais no Recife. “Quando comecei fui para São Paulo para conhecer como se fazia. No início montávamos estruturas metálicas para receber as plantas, mas há a tecnologia dos blocos de cerâmica (Green Wall) que se adaptam melhor ao clima do Recife, pois não oxidam”, revela.

Ele diz que, para montar um muro verde dentro ou fora de casa, é necessário, em média, um investimento de R$ 400 por metro quadrado. “A manutenção é simples porque é um jardim, é basicamente cuidar das plantas, com água e adubação. O ideal é contratar um jardineiro mensal para evitar pragas também”, disse. Marcelo informa que, para o clima do Recife, não há uma oferta muito colorida de plantas, sendo as mais indicadas as folhagens verdes e as de tons mais amarelados e brancos.

Catarina explica que a solução do Green Wall elimina quase que por completo a necessidade de cuidar das plantas, já que permite a instalação de um sistema hidráulico e de drenagem automatizado. “Se o jardim for instalado num apartamento, a gente procura uma parede onde tem ralo embaixo. Se não for possível, instalamos a tubulação por debaixo do piso até o ralo. Se for externa, não é necessária a drenagem”, comenta. Segundo ela, uma máquina que automatiza a irrigação das plantas custa, na média, R$ 400 e funciona com bateria, dispensando ligar o aparelho na eletricidade. Kozmhinsky salienta que além do Green Wall há outros sistemas mais baratos de jardins verticais, instalados com palets de madeira ou jarros de Tracunhaém. “Pode sair por menos da metade do preço.”

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