Uso intenso de ar-condicionado e ventilador, mais banhos frios... além dos ajustes no cotidiano, as maneiras de enfrentar o calor do Recife podem ser incrementadas com mudanças simples e recursos sustentáveis. Entre eles estão os cobogós, os jardins verticais e os telhados verdes.
Nas últimas semanas, a temperatura máxima na capital pernambucana e arredores tem chegado a 31° C. Vice-presidente da representação pernambucana do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), a arquiteta Márcia Chamixaes explica que a quentura fica ainda mais intensa em áreas onde os prédios são próximos, ou onde há edificações sem área verde. “As estruturas de concreto emanam calor que afeta seus vizinhos”, comenta.
Ela lembra que o ideal é adequar a moradia durante a obra. Contudo, para quem já está morando e precisa de ideias para abrandar o clima, ela diz que pequenas mudanças podem ajudar. Uma delas é optar por cores mais claras nas paredes. A arquiteta esclarece que as cores não apenas afetam a luz do ambiente, mas também a temperatura: cores mais escuras absorvem mais calor. Outra providência é no espaço coletivo: quanto menos áreas concretadas e quanto mais espaços verdes, mais agradável será o clima para os moradores.
Márcia destaca que o mercado recifense já conta com outras opções práticas que auxiliam na missão de “esfriar” o imóvel. Ela cita produtos como o jardim vertical e o telhado verde – este último tornou-se lei municipal este ano, com uso obrigatório para edifícios com mais de quatro pavimentos.
Especializada neste tipo de produto, a empresária Catharina Durães, da Ecogreen, afirma que a procura vem crescendo em Pernambuco. Um dos destaques é o jardim vertical, que organiza plantas nas paredes (como na foto no topo desta matéria), sejam internas ou em muros. “A fachada externa verde é uma ótima forma de revitalizar edifícios e combater as ilhas de calor urbano”, afirma Catharina. Ela explica que a irrigação é automatizada e pode ser feita por gotejamento ou manualmente, dependendo do tamanho escolhido. “Na parte interna, a parede verde pode purificar e limpar o ar”, complementa Catharina, ao explicar que, além de manter o conforto térmico, a planta retém compostos orgânicos voláteis (COV) e partículas como as da fumaça de cigarro.
A presença de plantas em áreas internas também pode utilizar melhor os espaços da moradia com o uso de quadros verdes. Basicamente, em vez da planta ficar no chão, fica “emoldurada” na parede, mantendo seu papel na climatização e dando mais destaque ao caráter decorativo do vegetal.
REFORMAS - Para quem quer reformar, Márcia Chamixaes lembra de uma regra básica: é preciso que haja um ponto de entrada e outro de saída para o ar circular no ambiente, seja uma janela ou uma porta. Ela também destaca o uso de recursos que protejam da luz do sol e do calor sem impedir a passagem do vendo, como persianas, brises e cobogós.
Catharina Durães destaca que os cobogós voltaram a receber atenção dos arquitetos e designers, que estão produzindo peças cada vez mais versáteis e atraentes. A empresária, que representa no Recife a marca de cobogós Manufatti, ressalta que eles aumentam a circulação de ar sem que seja necessário eliminar uma parede.