Carnaval

Casa-camarote também está proibida para morador de Olinda

Prefeitura fará trabalho preventivo para divulgar as normas. Valor da multa pelo descumprimento da lei pode chegar a R$ 100 mil

Da Editoria Cidades
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Publicado em 28/01/2015 às 8:08
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Prefeitura fará trabalho preventivo para divulgar as normas. Valor da multa pelo descumprimento da lei pode chegar a R$ 100 mil - FOTO: Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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A legislação que proíbe casa-camarote na Cidade Alta de Olinda não se aplica só a eventos organizados por empresários. Moradores também devem respeitar a Lei municipal nº 5927/2015, sancionada segunda-feira passada (26) pelo prefeito Renildo Calheiros, 18 dias antes da abertura do Carnaval. “Casa-camarote é qualquer foco não oficial de folia, com grande estrutura e equipamentos sonoros, no perímetro do Sítio Histórico”, explica o secretário de Assuntos Jurídicos de Olinda, César Pereira.

Na prática, significa dizer que a prefeitura não vai tolerar festas em imóveis da Cidade Alta com potencial para juntar gente no entorno da edificação. “Esses mini-shows prejudicam o desfile das agremiações”, justifica o secretário. Segundo ele, no Carnaval 2014 foram montadas 12 casas-camarotes no Sítio Histórico. “Nem todas têm um tratamento acústico adequado. Mas, mesmo aquelas com som isolado, dependendo do porte do evento, cria aglomeração na rua”, diz.

A prefeitura fará trabalho preventivo, para orientar a população sobre a nova lei. Também vai identificar, pela internet, eventos organizados nas redes sociais, informa César Pereira. A fiscalização durante a folia será feita pela equipe de controle urbano. De acordo com o secretário, há dois pedidos pendentes de casa-camarote na Secretaria de Patrimônio. A Mansão Bonfim (um deles) anunciou a transferência do evento para a Avenida Olinda, no Varadouro.

Para Ana Rosa Costa, moradora da Cidade Alta, faltou meio-termo na iniciativa da prefeitura. “Suspender casa-camarote e não oferecer infraestrutura para o Carnaval de rua não trará ganhos. As casas atrapalhavam os desfiles quando o som era voltado para a rua. Isso melhorou quando passou a ser exigido o tratamento acústico”, declara.

Rafael Galdino vive em Olinda há 47 anos e não vê incompatibilidade entre a casa-camarote e o desfile das agremiações. “Os blocos não conseguem passar porque tem gente demais nas ruas. O público do camarote fica dentro das casas. Falta organização no Carnaval”, opina.

Comerciante e morador do Sítio Histórico, Lula Andrade aprova a nova lei. “Se os polinhos nas casas são proibidos, os empresários também não podem fazer eventos”, diz.

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