CARNAVAL

Pernambuco e fantasias fazem a prévia Enquanto Isso na Sala da Justiça

Shows de China, Orquestra Frevo do Mundo e Nação Zumbi animaram a noite

Karol Pacheco
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Karol Pacheco
Publicado em 09/02/2015 às 3:22
Marcelo Loureiro
FOTO: Marcelo Loureiro
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Atualizada às 17h57

Sempre haverá um episódio no fevereiro de cada folião que servirá como gatilho para o Carnaval; e, se é Carnaval, todo mundo se esbarra. Esta segunda tese é um dos pilares que sustenta a quase unanimidade da festa popular (apesar do alto preço do ingresso e da cerveja). A prévia do bloco Enquanto Isso na Sala da Justiça, um baile a fantasias cuja temática, a princípio, trataria do mundo dos super-heróis, contou com os shows de China, da Orquestra Frevo do Mundo e da banda Nação Zumbi. A festa a fantasias aconteceu na noite de sábado, no Pavilhão do Centro de Convenções, e serviu como largada para os tempos de momo em Pernambuco.

Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Marcelo Loureiro
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Reprodução/Facebook
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China é um menino de prédio. Foi, por sinal, em seu apartamento no 18º andar, próximo avenida Norte, que ele concebeu Arquitetura de vertigem, ainda em 2010. A música que hoje compõe o disco e o show Telemática, lançado durante a prévia com frenesi pelo cantor conterrâneo e ex-VJ da MTV, foi uma das trilhas do Ocupe Estelita, movimento iniciado pelo grupo Direitos Urbanos, também fundador da Troça Carnavalesca Mista Público-Privada Empatando a Tua Vista. Oito “edifícios-humanos” subiram no palco durante a canção que trata da verticalização e especulação imobiliária no Recife, cidade que, segundo o cantor em recente entrevista ao JC, está cada vez mais São Paulo – metrópole onde lhe pareceu mais sustentável para viver e trabalhar. O primeiro show de China na Sala da Justiça se encerrou com o Hardcore brasileiro, do repertório da extinta Sheik Tosado, que abriu alas para o que o povo pernambucano mais quer ouvir no Carnaval: frevo.

“Quem é de fato bom pernambucano”, cantou Siba, abrindo alas para o show da orquestra Frevo do Mundo, um dos projetos de Pupillo, baterista da Nação Zumbi, a segunda atração da noite. Foi a partir deste momento que a qualidade do som, abafado, confundiu-se com as novas roupagens do ritmo.

O ex-Mestre Ambrósio chamou para si o público, que ainda estava disperso durante o intervalo em meio a toda a interação social, irreverência e brincadeiras propiciadas pelo fantasiar-se. “Ele veio vestido de Preto Velho no ano retrasado e quis repetir a fantasia neste ano. Para acompanhá-lo à altura, eu pensei em uma deusa, santidade ou sei lá o que tão poderosa quanto ele”, conta a estudante de psicologia Maiara Lima, de 25 anos. O casal estava atraindo vários olhares na festa. “Eu já perdi as contas de quantas fotos tirei”, conta, divertindo-se.

A bagaceira de Siba terminou e lá estava Céu fazendo pose nas músicas que cabiam bem em sua performance habitual, a exemplo de Bloco do prazer. A terceira convidada da Orquestra, Tulipa Ruiz se cobriu de brilho, como é de seu feitio. Suas interpretações para Frevo mulher, Festa do interior, Massa real e Morena tropicana incendiaram a plateia.

As curadoria do show foi intencionalmente pernambucana para comemorar os vinte anos de Sala da Justiça. Até a falha técnica, uma queda de energia ao final da música Ciranda de maluco, durante a apresentação de Otto com a Orquestra, se fantasiou de script, se camuflando no roteiro do show. Segundo a assessoria do Enquanto Isso na Sala da Justiça, a produção usou geradores de energia para contornar o problema.

Quando a Nação Zumbi subiu ao palco, rolava muita paquera e beijo na boca na pista. Nunca te vi e Um sonho, baladas românticas do oitavo disco da banda, lançado em maio passado, contrastaram com o furor levantado por Otto. Entretanto, pesando uma tonelada, o maracatu, antes de tudo uma brincadeira, chegou com a eletricidade de uma roda de pogo, ainda que tímida, com os “boyzinhos e boyzinhas” da festa esbarrando-se orquestrados pela guitarra de Lúcio Maia, tão poser quanto Céu e igualmente bonitos de se observar. O romantismo de Risoflora, pesada mas leve, equalizou casais e brincantes. Nostálgicos.

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