EDUCAÇÃO

Livro adotado pelo MEC defende erros gramaticais

Autora de livro didático afirma ser aceitável uso de expressões como "nós pega o peixe" ou "os livro"

Agência Estado
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Publicado em 12/05/2011 às 23:15
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BRASÍLIA - "Nós pega o peixe" ou "os menino pega o peixe". Para os autores do livro de língua portuguesa Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, adotado pelo Ministério da Educação (MEC), o uso da língua popular - ainda que com seus erros gramaticais - é válido. A obra também lembra, no entanto, que caso deixem de observar a norma culta, os alunos podem sofrer "preconceito linguístico".

Obra alerta, no entanto, que quem não observa norma culta pode sofrer "preconceito linguístico"

Diz um trecho do livro, publicado pela editora Global: "Você pode estar se perguntando: `Mas eu posso falar os livro?'. Claro que pode. Mas fique atento, porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas".

O livro foi distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos a 484.195 alunos de 4.236 escolas, informou o MEC. Em nota enviada pelo ministério, a autora Heloisa Ramos diz que


o importante é chamar a atenção para o fato de que a ideia de correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa


"Como se aprende isso? Observando, analisando, refletindo e praticando a língua em diferentes situações de comunicação", segue a nota. Heloisa afirma que o livro tem como fundamento os "documentos do MEC para o ensino fundamental regular e EJA (Educação de Jovens e Adultos)" e leva em consideração as matrizes que estruturam o Exame Nacional de Certificação de Jovens e Adultos (Encceja).

A editora Global disse à reportagem, por meio da assessoria de imprensa, que é responsável pela comercialização e produção do livro, e não pelo conteúdo.

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